terça-feira, 5 de junho de 2012

Mensagem do dia

Distúrbio de Processamento Auditivo Central - DPAC


Distraído pelo barulho


 

Desatenção e notas baixas na escola não são sinônimo de falta de inteligência. Às vezes o problema está na incapacidade de lidar com barulho, mas poucos médicos sabem disso.

 

 





Por mais que estudasse, a paulista Glaudys Garcia não tirava notas maiores que 4. A mãe e os professores se esforçavam para lhe ensinar coisas simples, mas ela não prestava atenção em nada. Era insegura, distraída, tinha medo de falar ao telefone e não se concentrava nos livros. Acabou se isolando dos colegas. Depois de passar por vários médicos e psicólogos, sua mãe tentou um último recurso: levou-a a uma fonoaudióloga. Em três meses Glaudys estava curada. Hoje ela tem 13 anos e no seu último boletim não há nenhuma nota menor do que 6.
Pode parecer estranho, mas o problema era de audição. A menina, assim como outras centenas de milhares de crianças, sofria de desordem do processamento auditivo central, ou DPAC, um distúrbio reconhecido há apenas quatro anos que raramente é diagnosticado pelos médicos, mas pode estar afetando milhões de brasileiros. Em geral, a disfunção surge da falta de estímulos sonoros durante a infância. As estruturas do cérebro que interpretam e hierarquizam os sons se desenvolvem nos treze primeiros anos. Até essa idade, as notas musicais, as palavras e os barulhos vão lentamente nos ensinando a lidar com a audição. Justamente nessa fase, Glaudys pode ter tido problemas no ouvido que atrapalharam a entrada de sons. Acabou formando mal o seu sistema auditivo. Todos os inconvenientes pelos quais passou eram conseqüência disso.
Um dos principais sintomas da DPAC é a dificuldade em manter a concentração num ambiente ruidoso. “Quem sofre desse mal não consegue prestar atenção em uma coisa só”, diz a neurologista Denise Menezes, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. “Na sala de aula, não separa o que a professora diz do latido de um cachorro do lado de fora”, acrescenta.
A DPAC é comum nas grandes cidades, onde o barulho excessivo prejudica a percepção de estímulos sonoros e a poluição provoca alergias que bloqueiam a orelha com muco. Crianças que têm inflamações freqüentes nos ouvidos também podem sofrer da desordem. O pior é que, por ser pouco conhecida, a DPAC costuma ser confundida com falta de inteligência ou com alguma deficiência mental. Mas, como mostra o caso de Glaudys, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

O mundo é barulhento demais
Para uma vítima de DPAC, o mundo se transforma numa interminável confusão de barulhos desconexos e embaralhados de onde é quase impossível pescar os sons que realmente interessam (veja infográfico). O ar-condicionado vira um zunido infernal que se sobrepõe às vozes dos outros. O telefone torna-se uma máquina indecifrável, porque o cérebro não consegue decodificar a fala do interlocutor em meio à distorção normal de qualquer ligação. Também não é fácil entender a entonação das frases. Uma pergunta pode soar como uma afirmação e uma ironia acaba parecendo a frase mais séria do mundo. Os amigos acabam se afastando, já que ninguém gosta de conversar com alguém que não entende o que os outros dizem.
A fala também é prejudicada. “Os processos de linguagem se desenvolvem ao mesmo tempo que os de audição”, explica a fonoaudióloga Liliane Desgualdo, da Universidade Federal de São Paulo, pioneira no diagnóstico da DPAC no Brasil. “Uma criança pode não aprender a falar bem se não souber lidar com os sons.” A leitura acaba igualmente afetada. “Mesmo num lugar silencioso, uma pessoa com DPAC encontra problemas em entender um texto porque, para tanto, é necessário associar as palavras ao som que elas têm”, conta a psicopedagoga Ana Silvia Figueiral, de São Paulo. Todo esse esforço para realizar atividades corriqueiras é demais para o cérebro. Chega uma hora que ele não resiste e “desliga”. Por isso, as vítimas do problema são sempre muito distraídas.
Enfim, tudo se torna uma tarefa dura. O ouvido até percebe os sons, mas o cérebro, iludido pela falta de estímulos na infância, não sabe o que fazer com eles. Os médicos geralmente não percebem a disfunção porque ninguém desconfia que sintomas tão variados possam estar todos ligados à audição, menos ainda quando constatam em exames que o ouvido funciona normalmente. E, se o diagnóstico não é feito, não há como curar (veja quadro à direita).

Reaprendendo a escutar
A DPAC só foi reconhecida nos Estados Unidos em 1996, quando a Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição chegou a um consenso sobre seus sintomas e suas formas de tratamento. Ainda se sabe pouco sobre as causas – a falta de estímulos sonoros está entre elas, mas suspeita-se também de razões genéticas e de má alimentação. “Uma coisa é certa: a desordem está relacionada à classe social”, afirma Liliane. Ela fez uma pesquisa em colégios de São Paulo e constatou que, nas escolas particulares, entre 15% e 20% das crianças têm DPAC em algum grau. Nas escolas públicas, onde há uma proporção bem maior de alunos pobres, o índice chega a alarmantes 70%. A razão disso é que crianças mais pobres geralmente ouvem menos música, têm mais inflamações no ouvido, menos acompanhamento de pediatras e psicólogos e se alimentam pior, o que também pode prejudicar a formação do sistema auditivo. Infelizmente, a imensa maioria delas carrega esse estorvo para a idade adulta sem ao menos desconfiar que a cura pode estar ao alcance da mão.

Para Saber Mais
Processamento Auditivo Central – Manual de Avaliação, Liliane Desgualdo Pereira e Eliane Schochat, Editora Lovise, São Paulo, 1997.

fpeixoto@abril.com.br

Algo mais

Se um bebê toma mamadeira deitado, existe a perigosa possibilidade de o leite ser acumulado atrás dos tímpanos, prejudicando o desenvolvimento das vias auditivas. Todo o cuidado é pouco, porque a capacidade de receber sons se forma até os 2 anos.

A culpa é do ouvido

Alergias na infância podem acabar prejudicando a atenção e o desempenho escolar.
Mal urbano

Nas grandes cidades é comum crianças terem alergia causada pela poluição. Dependendo do caso, o muco se acumula atrás dos tímpanos. Essa é uma das causas de problemas no processamento auditivo.

Lápis insuportável
Quem teve problemas de audição na infância pode ficar com os neurônios do tronco cerebral mal conectados. O resultado é que sons triviais, como o de um lápis que cai, tornam-se insuportáveis. Fica impossível concentrar-se numa prova.

Anos cruciais
Até os 7 anos, se desenvolve a parte auditiva do tronco cerebral, importante para localizar a origem dos sons e notar um barulho entre vários.

Bem formado
Aos 13 anos, um menino saudável completa o desenvolvimento auditivo. Os neurônios de suas estruturas já são muitos e estão bem interligados.

Tudo é difícil

Situações banais viram obstáculos para um deficente auditivo.
Sem graça

Por não notar sentidos escondidos, o deficiente auditivo é incapaz de entender muitas piadas.

Falso rebelde
Na escola, como ele não é capaz de ordenar os sons, fica difícil entender as aulas. O professor muitas vezes acha que o menino desafia sua autoridade, pois não consegue seguir atividades simples.

Onde está?
Vítimas do distúrbio não conseguem saber de onde vem um som. É que o cérebro não pode calcular sua origem, uma operação que exige o processamento simultâneo do que ouvem os dois ouvidos.

O que faço?
O menino deficiente não sabe o que fazer com a bola porque não consegue entender o que os colegas gritam. Ele se desconcentra nos momentos que exigem a hierarquização dos sons.

Como funciona o tratamento

Apesar da gravidade do problema, a DPAC tem cura.
Uma das principais responsáveis pela pesquisa da terapia para o distúrbio no Brasil, a fonoaudióloga Liliane Desgualdo conta que o tratamento consiste em dar às pessoas os sons que elas deveriam ter ouvido durante as fases de desenvolvimento do processamento auditivo. Mesmo após os 13 anos, as áreas auditivas do cérebro podem ser aperfeiçoadas, desde que sejam submetidas a uma grande quantidade de estímulos. Uma das atividades é fechar o paciente em uma cabine e submetê-lo a vários sons misturados, acustumando-o aos poucos a distinguir um do outro. A terapia dura de seis meses a um ano.
A equipe de Liliane, uma das poucas especializadas no assunto no país, tem conseguido curar 80% dos pacientes que chegam às suas mãos – dos 20% restantes, pouquíssimos não apresentam alguma melhora.
Além do tratamento fonoaudiológico, é importante que haja também um acompanhamento psicopedagógico. "Os maiores danos da DPAC são na auto-estima. Depois de curado, um sujeito pode ainda se achar incapaz", alerta Ana Silvia. Afinal, não é fácil para um ex-paciente se acostumar com a idéia de que é inteligente depois de ter passado décadas acreditando que não é.

Você sabe o que são as funções executivas?


O cotidiano oferece diferentes desafios e situações imprevistas que exigem habilidades de várias funções cerebrais. Por exemplo: descobrir o melhor caminho para se chegar a um determinado local, desenvolver uma nova função no emprego, analisar um problema, fazer uma conta matemática, finalizar uma tarefa complexa.Estas funções incluem raciocínio, lógica, estratégias e tomada de decisões, além de manter ações permanentes de controle mental. Este conjunto de funções tem um papel central na organização e no planejamento de todas as nossas ações pois auxiliam na manutenção de iniciativa, estabelecimento de objetivos, monitorizando as tarefas por meio do auto controle, sempre repensando as estratégias de acordo com o plano original, sendo chamadas de funções executivas.De acordo com Goldberg E (2001), o cérebro humano é o sistema natural de maior complexidade dentro de todo o universo e assim como qualquer corporação, exército ou uma grande orquestra, o cérebro possui diferentes áreas, responsáveis por diferentes funções. Toda grande organização necessita de um diretor, chefe, maestro ou um CEO (Chief Executive Officer).
As funções executivas são aquelas que mais nos diferenciam dos animais já que compreendem o processo cognitivo orientado a uma determinada meta. Para tanto, nós serem humanos, temos a habilidade de processar atividades com atenção sustentada, memória operacional, inibição dos impulsos, fluência verbal e especialmente pensamento abstrato. A principal região cerebral relacionada ao funcionamento executivo é o córtex pré-frontal (Cherkes-Julkowski, 2005).

Assim como um CEO de uma empresa que tem o papel de coordenar as diversas unidades de negócio em seus diversos aspectos. O cérebro humano tem o seu próprio CEO, o córtex pré-frontal. Este não tem uma função única e exclusiva, mas é responsável pela orquestração, administração e organização de toda a cognição, chamada de funções executivas.
A comparação das funções executivas com o maestro do cérebro é bastante elucidativa, pois o córtex pré-frontal dirige uma orquestra com várias funções, ordenando a entrada, modulando a intensidade e controlando a interrupção de cada uma delas durante o espetáculo.
Dentro no âmbito da psiquiatria e psicologia é possível identificar problemas no funcionamento executivo em vários quadros clínicos. Estas dificuldades estão presentes especialmente no TDAH (transtorno do déficit de atenção / hiperatividade) (Brown, 2010), TOC (transtorno obsessivo compulsivo) (Lee et al., 2009), todas as classes de Dependências (Crews, 2009), nos quadros demências e até na depressão (McClintock et al., 2010).
A correta avaliação do quadro clínico auxilia no entendimento dos problemas cognitivos e especialmente na formulação de um adequado plano de tratamento, levando em consideração as habilidades e dificuldades do paciente.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Educando com limites: 8 Dicas Essenciais

A educação dos mais pequenos é sempre uma tarefa exausta e desafiadora. Deixando muitas vezes pais, familiares, professores e técnicos sem o que fazer perante determinado comportamento que a criança tem. Não existe nenhuma fórmula, nem nenhum manual de “como educar”. Dado a complexidade do ser humano, não existem filhos iguais, pais iguais. Podemos sim, estabelecer algumas orientações, de forma aos pais, adaptarem da sua forma aos seus filhos.
Uma das bases essenciais à educação é a construção de limites. Mas o que são esses “limites”? Os limites são regras ou normas de comportamento que devem ser passadas aos mais jovens. Estes possibilitam um desenvolvimento moral, psíquico, afetivo, cognitivo e social mais saudável.
Ao definir regras aos mais jovens, estão a ser preparados para a vida real, onde nem tudo acontece quando e como se quer. Cabe então aos “agentes educadores” transmiti-las de forma a serem interiorizadas pelos mais jovens.
Quando não existem limites, o jovem vai crescer com uma deformação na perceção do outro, visto que para ela, só importa o seu querer, o seu bem-estar e o seu prazer. Como se o egocentrismo característico dos primeiros anos se desenvolve-se. Tendo consequências diretas para o seu crescimento e a sua vida adulta.
A falta de limites é caracterizada por descontrole emocional, ataques de raiva, dificuldade crescente de aceitação de regras, comportamento desajustado, desrespeito aos pais, colegas e autoridades, incapacidade de concentração, dificuldade para concluir tarefas, excitabilidade, baixo rendimento, agressões físicas se contrariado, descontrole e até problemas psiquiátricos. Todos estes sinais e sintomas, também estão presentes noutros casos, o que faz com que a “falta de limites” se confunda com outras perturbações, como por exemplo com a hiperatividade.
Colocar limites surge então uma forma de ajudar o jovem a alterar o seu comportamento, sem prejudicar a sua autoestima. É essencial, compreensão, estabilidade e coerência dos agentes educativos na contenção de comportamentos desadequados, substituindo-os gradualmente por comportamentos adequados.
Passarei então a dar 8 dicas como estabelecer limites:

  • Ofereça-lhe escolhas ou alternativas
Proporciona-lhe algumas opções limitadas de cumprir as ordens. Essa “liberdade de escolha” faz com que as resistências diminuam. Por exemplo: “É hora do banho. Queres tomar banho quente ou frio?”
  • Seja firme
Quando existe uma resistência à obediência, necessitamos aplicar a disciplina, dizendo para parar com tal comportamento e obedecer às ordens imediatamente. Por exemplo: “Vai para o teu quarto agora!”. Os limites firmes são melhor aplicados com uma voz segura, sem gritos, e um sério olhar no rosto.
  • Seja objetivo e positivo
Expressões como “porta-te bem” ou “não faças isso”, podem significar diferentes coisas para diferentes pessoas. Por outro lado, ordens como “não”, ou “pára” dizem a um jovem o que é inaceitável, mas não explica o comportamento pretendido. As ordens/regras devem ser concretas e objetivas, dizendo exatamente o que deve ser feito. Exemplo: “Fale baixo na biblioteca” invés do “não grites”.
  • Evite competições
Quando dizemos “Quero que vás já pra cama!”, estamos criando uma competição pelo poder. Ao comunicar a regra, faça-o de uma forma impessoal. Por exemplo: “São 8 horas, hora de se deitar”
  • Explique o “porquê”
Entender o motivo de uma regra por vezes é essencial para que possa ser cumprida. Entendendo a razão para a ordem, ajuda a desenvolver valores, atitudes, comportamentos. Explique a razão em poucas palavras. Por exemplo: “Não mordas as pessoas. Isso vai magoa-as”.
  • Seja seriamente consistente
Uma regra concreta de limite, é evitar uma ordem repetitiva. Uma rotina flexível (dormir às 8 da noite, às 8 e meia na próxima, e às 9 na outra noite) é um convite à resistência e torna-se impossível de cumprir. Rotinas e regras importantes na família deveriam ser confirmadas dia após dia, ainda que esteja exausto. Se você dá a oportunidade de contornar as suas regras, eles seguramente o farão.
  • Desaprove o comportamento, não o jovem
É necessário que deixemos claro que nossa desaprovação está relacionada ao seu comportamento e não diretamente a eles. Não os estamos rejeitando. Longe de dizer “és mau” (desaprovação do jovem). Deveríamos dizer: “Não morda” (desaprovação do comportamento).
  • Controle as emoções
Existem fases que necessitamos agir com mais calma e contar até dez antes de agir. A disciplina é basicamente ensinar como se comportar. Não se pode ensinar com eficiência se é extremamente emocional. Diante de um mal comportamento, o melhor é respirar por um minuto e depois perguntar com calma: “o que aconteceu aqui?”. Todas os jovens necessitam que lhe estabeleçam regras de comportamento. Quanto melhor aplicarmos os limites, maior será a cooperação dos jovens e menor será a necessidade de aplicar as disciplinas desagradáveis para que se cumpram. O resultado é uma atmosfera mais agradável e harmoniosa.

 

7 Memórias do Ser Humano


O processo de memória humano é considerado o motor central da aprendizagem. Sem ele não poderíamos fazer novas aprendizagens nem ter acesso ao já aprendido, como o eu acontece com os casos de amnésia. Actualmente conhecem-se vários tipos de memória, muito distintos no processamento, função e área do cérebro associada.
Existem vários processos de memória, fundamentais ao funcionamento do humano normal, e sem eles não conseguiríamos fazer a nossa vida normal. A memória influencia inúmeros processos mentais complexos, como a linguagem, a escrita, a inteligência, a criatividade, etc.
A memória mais popular é a memória episódica, representa onde todas as nossas experiências ficam guardadas. Porém existem outros tipos, igualmente importantes de memória:
Memória sensorial – Onde o processo de interação com o mundo começa, é a capacidade de os nossos sentidos visuais e auditivos perceberem a informação, de forma a existir continuidade à nossa perceção. Esta memoria é muito rápida (menos de segundo), escapando muitas vezes, à nossa consciência.
Memória a curto prazo – Também chamada memória de trabalho, refere-se à informação relevante unicamente para o momento atual, porem irrelevante a longo prazo. As ordens do chefe ou as tarefas que fogem à rotina. Esta pode durar entre segundo a horas. E
Memórias semânticas – É a memória responsável por arquivar a nosso conhecimento da realidade traduzido em palavras. A maioria dos casos de amnésia não é afetada, visto isto, podemos esquecer quem somos, mas sabemos que a mesa chama-se “mesa” ou que o gato chama-se “gato”.
Memória episódica – Refere-se a onde guardamos toda a nossa experiência de vida. Lembrarmos de momentos passados deve-se à memória episódica. É a principal responsável por novas aprendizagens. Vendo ou vivendo algo uma vez, podemos ter acesso a ele as vezes que desejarmos.
Memória processual – Onde guardamos, as aprendizagens mais ou menos automáticas, fugindo à consciência. Essencialmente aptidões e processos motores, como escrever ou andar de bicicleta. Ninguém pensa na sequencia de movimentos que temos de executar, para que consigamos andar de bicicleta, nem se consegue descrever através de palavras como se faz. É algo automático, que foge à nossa consciência, por isso não precisamos de pensar para fazer. Alguns autores defendem ainda uma memória muscular, como a sequencia de movimentos musculares na elaboração de determinada tarefa, como lançar uma bola, fazer uma drible, etc.
Memoria visual/auditiva – Capacidade de retermos imagens ou sons a longo prazo. Especialmente desenvolvida em artistas, pintores, desenhadores ou músicos e cantores. Não é difícil identificar uma imagem ou som conhecido, porém é essencial uma boa memoria visual/ auditiva para conseguir reproduzir.
Memória Priming – Também chamada de memória de representação perceptual. Descoberta à umas décadas, e utilizada essencialmente nas neurociências. A memória Priming refere-se à rede de conhecimento, que o nosso cérebro ativa perante um estímulo, seja ele palavra, som, imagem, etc. Representa tudo o que associa-mos a determinado estimulo captado pelos nossos sentidos.
Sendo assim a memória é essencial na aprendizagem. Ela está presente na aquisição, manutenção e aperfeiçoamento de competências. Por isso, melhore a sua memória e melhorará muitas outras capacidades e competências. A memória está implicitamente relacionada com processos, como a linguagem, imaginação, criatividade, inteligência, etc. Exercite e cuide a sua memória, ela tornará uma pessoa melhor e mais competente.
 por: Psicologia Free 
Qual é a sua “memória” mais desenvolvida? Tem boa memória

Aprendizagem: 3 Regras para uma Estratégia Eficaz


A Aprendizagem foi desde sempre uma das áreas de interesse na Pedagogia e da Psicologia. Como é que o ser humano aprende? Como faze-lo aprender mais e melhor? A aprendizagem foi sempre uma questão transversal à evolução social e tecnológica da humanidade.
Fatores como a velocidade da aprendizagem desde sempre foi um fator fundamental, não apenas no mundo académico, mas também no mundo empresarial. Uma maior velocidade de aprendizagem pode ditar um sucesso de um aluno, ou um período mais curto de adaptação a um local de trabalho, o que é crucial nos dias atuais. Porém, é extremamente redutor e eu diria injusto, categorizar alunos e profissionais com base unicamente na sua velocidade da aprendizagem, negligenciando os restantes fatores.
Mas porque uns indivíduos aprendem melhor e mais rapidamente que outros? O que nos diz a ciência?
Como em muitas outras questões do foro psicológico, a ciência diz-nos que no âmbito da aprendizagem, a genética também define uma parte que não podemos alterar, porém podemos usa-la em nosso benefício.
A genética dita essencialmente, a estrutura biológica inicial. Isso vai definir os sentidos preferenciais, isto é, os perfis de aprendizagem. Nomeadamente se é mais sensível aos estímulos visuais ou auditivos, qual dos hemisférios será mais propenso de utilizar, etc. Porém todas estas características indicam predisposições, nada de definitivo.
Surge então a questão: Como podemos fazer que alguém aprenda melhor e mais rápido?
Atualmente sabe-se que, para toda e qualquer aprendizagem é essencial motivação. Dificilmente um individuo aprende o que não quer aprender. A motivação é fundamental para a mobilização de recursos cognitivos essenciais na atenção.
Outra coisa que a ciência nos diz, é que toda e qualquer aprendizagem têm uma emoção associada. Este fato é fácil de compreender porque as coisas que nos apaixonam são tão fáceis e nos dão prazer de aprender. A emoção é essencial no processo de memorização e inevitavelmente na aprendizagem. Quanto maior é a emoção (positiva ou negativa), mais marcada ficará na nossa memória. Lembramos melhor as nossas experiências muito boas ou muito más, contudo, as más experiências correm o risco de serem eliminadas ou tornadas inacessíveis pelo inconsciente.
Um fato relevante sobre a aprendizagem, talvez o mais importante, a aprendizagem tem de ser significativa para o sujeito que aprende. Tendo significado, facilmente passará para a memória a longo prazo, e dificilmente se esquecerá. Contudo para que uma aprendizagem possa ter significado é necessário duas coisas: fazer parte fundamental da experiência de procura/construção do conhecimento que o individuo irá aprender e que esse conhecimento integre o outro já existente.
Concluindo, estabeleça uma estratégia seguindo 3 regras:
Deixe ser o individuo a descobrir/construir o conhecimento – Estabeleça uma estratégia, um caminho, de forma a ser percorrido, culminando no que queria que ele aprendesse. Assim ele terá um papel ativo na construção do conhecimento, proporcionando uma experiência significativa
Tenha como base gostos do individuo – A estratégia, tem que ter origem em coisas que ele gosta ou que ele conhece. Assim é uma forma simples e fácil de motiva-lo captando facilmente a sua atenção. Relacione, faça analogias, use o humor.
Faça com que ele relacione os novos conhecimentos com os antigos já integrados – Na estratégia, faça com que o novo conhecimento assente sobre o conhecimento já adquirido. Dificilmente memorizamos coisas que não se relacionam com nada que já conhecemos.
A Teoria da Aprendizagem Significativa, é essencial a base da explicação destas 3 regras fundamentais da aprendizagem ! Nesta perspetiva construtivista, relativamente recente, explica qual é o procedimento da aprendizagem e todos os elementos que a compõem.
por: Psicologia Free 

Hoje é o dia Mundial da Criança...

 
 
Meu trabalho, minha alegria, meu Arco Íris ...
por isso permitam-me que:

Da criança para o adulto
...
Cuide de mim com delicadeza,
sou pequenina, frágil,
preciso aprender que o amor
faz abundar a fonte da alegria.
Fale comigo com carinho,
explique-me as coisas direitinho
e dê-me tempo para entendê-las.
Ofereça oportunidades
aos meus passos pequenos,
às minhas mãos diminutas,
aos meus braços curtos.
Respeite o meu tamanho
e as minhas impossibilidades ,
você, com minha idade,
também sentiu tais limitações.
Quando eu for um pouco maior,
não me veja enquanto
um homem pequeno e sim
enquanto uma criança grande.
Deixe que eu decida a hora
de tornar-me adulto.

Mostre-me o certo e o errado,
o bom e o mau, o bem e o mal
e não me permita nada do que
faça de mim um ditador.
Valorize minhas conquistas,
leve a sério o meu aprendizado.
Diga-me não tantas vezes
quantas forem necessárias, porém,
por favor, ame-me, ame-me muito,
eu estou aqui, não por pedir para estar,
eu estou aqui porque um dia
você foi me buscar.