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domingo, 27 de outubro de 2013

Atenção e Funções Executivas


A atenção é um processo cognitivo que desempenha um papel fundamental no direcionamento cognitivo do usuário para um alvo, intensificando o foco. Ela é a base para que diversos processos mentais funcionem adequadamente, sejam eles processos “puramente cognitivos” (processos frios) ou emocionais (processos quentes).

A atenção é uma função executiva. Em termos cognitivos, as funções executivas são uma categoria de processos cognitivos especializados e auto-reguladores, desempenhados pelo lobo pré-frontal, necessários para lidar-se com situações dinâmicas e ambíguas que envolvam relacionamento social e exijam conduta socialmente adequada (moralmente regulada por regras sociais, que podem ser implícitas, ou seja, não precisam estar expostas ou documentadas).

Se usarmos a metáfora empresarial para falarmos sobre o ser humano, podemos dizer que as funções executivas são o diretor-chefe de uma empresa, regulando todos os processos, orientando os caminhos a tomar e mantendo os colaboradores (ou as outras partes do corpo/ cérebro) focados nas suas funções.Assim, ter um bom funcionamento executivo é a base para dosar adequadamente o quanto de emoção, impulsividade e racionalidade virão à tona em processos de tomada de decisão.

- As principais funções executivas “básicas” são:

- atenção (seletiva, concentrada e difusa);
- memória de trabalho;
- controle inibitório (contenção dos impulsos);
- auto-regulação (inclusive emocional)
- Metacognição (capacidade de raciocinar sobre o próprio conhecimento cognitivo).

Essas funções executivas básicas são a base para a estruturação de processos executivos mais complexos como:

- planejamento (requer alto grau de atenção, memória de trabalho, adequado controle inibitório e auto

-regulação, além de uma habilidade metacognitiva aguçada);

- tomada de decisão (também requer o uso de todas as habilidades acima citadas);
- flexibilidade cognitiva (considerar diversos pontos de vista, aprender rapidamente e mudar de estratégia quando as estratégias previamente aprendidas já não surtem mais o efeito desejado);
- manutenção do foco e persistência ao alvo (capacidade de manter “na sua mente”, por períodos que podem ser relativamente longos, o seu objetivo e persegui-lo, mesmo que precise mudar de estratégias e fazer novas re-avaliações e planejamentos).

A atenção, peculiarmente, pode influenciar o desempenho tanto das funções executivas básicas quanto as complexas. Por exemplo, o grau de atenção destinado a um assunto acabará influenciando na quantidade de informação relevante selecionada e fixada na memória e, ainda, a habilidade de resgatar essas informações em momentos adequados (memória de trabalho). A atenção seletiva ajudará a selecionar os estímulos relevantes e ignorar os estímulos supérfluos ao planejamento e processos decisórios.

A manutenção da atenção em um foco possibilitará a concentração e, conseqüentemente, ampliação do foco e importância destinada ao processo alvo.

Então, eu pergunto: O mundo moderno tem nos ajudado a prestar mais atenção nas coisas, a selecionar estimulos relevantes e a focar? Ou tem contribuido para trocarmos a todo o momento o foco de atenção, pois tudo é novidade e interessante e precisamos estar cada vez mais antenados?Eh, para contribuirmos no processo educacional dar novas gerações, talvez teremos que voltar e treinar o processo cognitiva mais básico e primitivo (primitivo sim, da época em que éramos “homem das cavernas”):

Atenção!

- Dar atenção
- Prestar atenção
- Doar atenção
(Fonte: Psicologia & Cognição)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

DESORDEM DO PROCESSAMENTO SENSORIAL



 Os distúrbios do processamento sensorial (DPS), anteriormente chamado de distúrbio de integração sensorial (DIS) mais diagnosticado em crianças,  ocorre em crianças que  apresenta dificuldade  processamento sensorial diante a resposta adequada ao estímulo. Uma criança pode apresentar hipo ou hiper-resposta sensorial,  incluindo visão, audição, tato/proprioceptivo,vestibular,olfato e gustação. Profissionais de Terapia Ocupacional especializado integração Sensorial contam com várias ferramentas e listas de verificação para identificar questões relacionadas com a desordem do processamento sensorial.

 Disfunção Tátil

Uma criança com hipersensibilidade ao toque pode reagir com dor ou desconforto a certas texturas de roupas,tipos de calçados, meias, lençóis e toalhas. Eles podem resistir a comer ou tocar certas texturas. Por outro lado, uma criança com menos sensibilidade ao toque pode almejar excessivamente alimentos picantes, beliscar ou se machucar, ou pode tocar certas texturas repetidamente.

Disfunção Auditiva


As crianças que apresentam disfunção auditivo, relacionado a DPS pode tapar os ouvidos e se queixam sons mal ouvida por outros. Eles podem estar com medo de barulhos de fundo regular, incluindo encerradeira,liquidificador ou cachorro latindo. Em alternativa, as crianças não podem responder a alta, ruídos alarmantes ou ser incapaz de identificar de onde o som se origina.

Disfunção Oral


Crianças que sofrem de disfunção oral pode ser comedores exigentes, não gostam de ir ao dentista, têm dificuldade em engolir ou mastigar, e queixam-se para escovar os dentes. Eles também podem mastigar excessivamente em seus cabelos ou a camisa, ou colocar as coisas em sua boca por muito tempo após os anos da criança.

Disfunção Visual


Crianças com DPS pode lutar com entrada visual. Eles podem queixar-se de certos tipos de luz ou de dias ensolarados. Além disso, o movimento pode facilmente distraí-los, fazendo-a perder o seu lugar ao ler ou jogar um jogo. Dificuldade discriminação visual para diferenciar formas, cores e letras. Exemplos: Os terapeutas ocupacionais trabalham também com a percepção visual, pois é um aspecto importante de ser capaz de realizar ocupações da vida diária em casa e na escola. Há muitas atividades que você pode fazer com seu filho para ajudar a melhorar suas habilidades visuais. Aqui estão apenas alguns exemplos
(Livro "Onde está Wally", jogo 7 erros). Na foto acima encontre todas as pessoas com camisetas roxas.

Disfunção Vestibular


As dificuldades como o equilíbrio, a posição no espaço, o movimento e as mudanças gravitacionais caracteriza a disfunção vestibular. As crianças podem esbarrar em objetos, ter medo de balanços e escorregador. Eles também podem almejar giro e com salto, ou nunca parecem ficar tonto. Algumas crianças com disfunção vestibular parece desajeitado, incapaz de aprender passos de dança ou jogos de movimento, ou têm poucas habilidades motoras finas.

A disfunção olfatória


A disfunção olfatória, como parte do DPS, produz respostas extremas para odores comuns. Uma criança pode resistir a comer uma fruta comum, porque o cheiro incomoda. Algumas crianças com disfunção olfatória pode ficar enjoado com certos cheiros.



http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com.br

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Atendimento Psicopedagógico frente o adolescente

Este trabalho tem o objetivo de reunir algumas informações sobre um período tão importante do desenvolvimento humano que é a adolescência. Isso porque, é importante ao psicopedagogo, frente um adolescente com problemas na aprendizagem, entender as características comuns a este período de modo a ajudar os pais a obterem uma melhor compreensão da fase pela qual passa o filho e poderem juntos discrim
inar o que é fruto de problemas na aprendizagem e o que faz parte de uma etapa de desenvolvimento normal dos sujeitos, de maneira a ser realizada uma adequada intervenção.

A adolescência não é conhecida como um período temido à toa. Se observarmos os estágios do desenvolvimento humano, poderemos perceber que a adolescência é um período relativamente curto se considerarmos o grande número de transformações a que o sujeito nesta fase é submetido.

Há uma verdadeira revolução que leva a mudanças biopsicossociais.
O surgimento da puberdade, marco de todo esse processo, inicia a entrada do sujeito no mundo adulto. Esta fase é caracterizada por toda uma série de transformações, adquirindo o corpo, as características sexuais secundárias que causarão a definitiva perda do corpo infantil.

A velocidade com que essas mudanças corporais ocorrem pode não ser acompanhada pela necessária mudança em relação à representação mental do próprio corpo, daí a freqüência com que se encontra adolescentes desajeitados.
Isso se deve pelo fato de as alterações corporais que surgem serem mais rápidas que o desenvolvimento da percepção e representação mental.

Há, conseqüentemente, mudanças no comportamento emocional, social e intelectual, isso porque o pensamento que dá um salto no desenvolvimento, passará a funcionar das operações concretas para as abstratas.

O pensamento formal começa a se estruturar a partir dos 11/12 anos. A adolescência é o período no qual se espera que o jovem supere as características do raciocínio lógico concreto e possa estruturar seu pensamento a partir de conceitos abstratos. Passando a relacionar e pensar sobre conteúdos aprendidos e sobre fatos vividos ou imaginados.

O estágio das operações formais será alcançado segundo o estabelecido das fases de desenvolvimento anteriores a ele, e sobre as quais irá alicerçar-se.
A criança que internalizou as figuras parentais e o ambiente segundo o desenvolvimento de sua percepção, passando pelos estágios sensório motor, pré-operatório e operatório concreto terá, com o aprimoramento de sua cognição para as operações abstratas, uma diferente percepção do mundo.

Isso quer dizer que amplia sua percepção do ambiente, passando a manipular idéias quando antes se limitava a manipular objetos. A aquisição da capacidade de abstração e interpretação possibilita refletir sobre situações abstratas, relacionando-as com outras informações e fazer julgamentos. Isso a leva a escolher para si novos valores.

A conseqüência disso recai imediatamente nas figuras parentais que passarão a ser vistas sobre um outro prisma e, com isto, o questionamento às regras e a freqüente rejeição a qualquer idéia ou sugestão vinda deles.
Alterada sua percepção do mundo também terá mudado seus gostos e interesses. Passando a fazer escolhas anteriormente rejeitadas e a se aproximar de pessoas diferentes. Mudam-se os gostos e simpatias.

É uma passagem evolutiva que depende não só de aspectos relacionados à individualidade do sujeito como também do sistema familiar e social do qual ele participa.
Teremos então um sujeito que, simultaneamente às alterações físicas, sofrerá mudanças nos aspectos emocionais, sociais, sexuais e intelectuais. No entanto, apesar dessas mudanças serem desencadeadas simultaneamente, elas evoluirão em ritmos diferentes, repercutindo em um processo de desenvolvimento assimétrico.

A nível orgânico, o término desse processo irá ocorrer aproximadamente aos 16 anos. Não há, no entanto, uma idade limite rígida, havendo a possibilidade de variações segundo cada um.
No entanto, se o organismo tem uma idade aproximada para o fim da adolescência esta fase não se reduz apenas às alterações físicas, mas também psicossociais. Daí que o término da adolescência será considerado a partir da conquista pelo sujeito da maturidade biopsicossocial.

Quanto aos aspectos sociais que determinarão o término da adolescência, estes variarão segundo a cultura e o grupo no qual o jovem está inserido, pois serão suas exigências e expectativas que contribuirão ou retardarão a entrada do sujeito no mundo adulto.

O ADULTO FRENTE O ADOLESCENTE

As inevitáveis modificações físicas e orgânicas desta fase ocasionam um olhar diferente por parte do adulto, pais e professores, que passam a cobrar dos jovens posturas “adultas” segundo as aquisições culturais do grupo.

Submetido às pressões dos grupos sociais surgirão mudanças na personalidade que por um tempo oscilará entre o surgimento de comportamentos ora infantis, ora adultos.

O mundo adulto que antes protegia o jovem passa a cobrar-lhe maturidade segundo as características físicas recentemente adquiridas, sem compreender a desigualdade no desenvolvimento do sujeito que ora se apresenta como adulto, ora como criança.
O jovem, na busca de seu lugar no mundo passa a procurar além do círculo familiar, ajustar-se aos padrões de outros grupos.

O casal parental, quando recorre ao atendimento psicopedagógico de um filho adolescente, apresenta-se freqüentemente com sentimentos de menos valia em relação a seus papéis de pais. Sentem-se confusos com o crescimento dos filhos que já não aceitam sua autoridade e idéias sem questionamento.

O enfrentamento que o jovem passa a manifestar contra qualquer situação que, mesmo remotamente, o lembrem de seu período de infância, leva os pais a responderem com diferentes comportamentos. Alguns apresentam reação depressiva, geralmente as mães, pela perda que sentem da maior proximidade que costumavam ter com os filhos, sendo o crescimento e conseqüente independência, recebido com tristeza e até com o surgimento de distúrbios psicossomáticos.

Encontramos pais absolutos sobre o que é certo e o que é errado em opiniões e atitudes as quais impõe ao jovem, sem considerar sua possibilidade em diferir.
Há pais indiferentes que se omitem em dialogar com o jovem, ou por acharem que ele precisa se decidir sozinho, sem interferência ou por se ressentirem do comportamento desafiador deste e assim deixam o jovem opinar e agir sem parâmetros, pois não há com quem ele possa diferir de opinião. E pais negociadores que, conscientes do poder de decisão que lhe compete enfrentam e argumentam, não temendo contrariar o jovem e nem reconhecer quando este tem razão.

A entrada do filho na puberdade pode ser uma fase de grande sofrimento para pais que se ressentem da perda do corpo infantil. Esse sentimento de perda pode ser indício de problemas se for acompanhado pela negação da natural e crescente autonomia dos filhos.

Observamos com certa freqüência que o jovem que é submetido a uma proteção exagerada, traz consigo prejuízos pela falta de possibilidade de independência e individuação decorrentes da superproteção. Conseqüentemente, apresenta prejuízos no seu potencial criativo e de resolução de problemas.

A falta de possibilidades em tornar-se gradualmente independente culmina em uma entrada na adolescência permeada de insegurança e vergonha pela falta de capacidade em se cuidar sozinho. Isso inevitavelmente repercute em crise no relacionamento com os pais que, acostumados a exercer uma postura superprotetora, entrarão em confronto com o comportamento adolescente de busca de liberdade e enfrentamento aos limites.

Há pais que não se dão conta de que suas preocupações podem sufocar e/ou minar qualquer potencial que o filho possa ter em sua vida.
Alguns pais podem sentir, no crescimento e autonomia dos filhos, a evidência de seu envelhecimento e tornam-se confusos com a sobra de tempo que surge em decorrência de não serem mais tão necessários.

O casal parental pode ter pendente o enfrentamento de questões de seu relacionamento que o cuidado com os filhos ajudaram a protelar. Ter tempo sobrando por não ser mais tão necessário ao filho exigirá um reposicionamento que o casal, muitas vezes, não está preparado para viver.

A ênfase no insucesso que o jovem apresenta, em alguns casos pode ser interpretada como uma maneira de aproximação mantendo os pais em uma posição de cuidados e atenção semelhante aos primeiros anos escolares.
Para muitos pais isso se torna motivo de grandes brigas e recriminações sobre o filho.

As excessivas queixas dos pais podem levar o jovem a mergulhar em um espaço onde só há o errado em sua vida.
O jovem desprovido de qualquer qualidade embarca nas queixas e lamentações que a escola e pais fazem dele, deixando perdida qualquer possibilidade de sucesso.

Às vezes é dotado de qualidades tão diferentes do que a família espera dele que elas passam despercebidas.
Despertar o interesse do jovem pelos estudos e pela busca de caminhos de realização tem relação direta com experiências de sucesso. Isso porque ser bem sucedido desperta o sujeito para a realização de atividades enquanto que, o mau desempenho, o afastará das tentativas de realização. Possibilitar uma visão real sobre os talentos do jovem e prestigiá-lo justamente, sem excessivas críticas, é a melhor postura para ajudá-lo em sua conquista do mundo adulto.

Frente à constante recusa dos jovens em acatar suas palavras, alguns pais passam a sofrer e considerar que educaram mal os filhos, interpretando a necessidade que estes tem de manifestar idéias próprias como desafios à sua autoridade e falta de respeito.

O jovem tende a interpretar a dependência como uma característica infantil e passa a confundi-la com a autoridade dos pais, indo contra qualquer pedido ou sugestão destes por considerá-los manipulação. É uma ação de recusa em continuar criança, uma demonstração de que já é capaz de ter vontade própria.

As mudanças físicas, psicológicas e sociais que ocorrem repercutem na conscientização de que não são mais crianças e passam a ser mais forte em suas exigências, entendem que ser independente é fazer o que tem vontade e isso levará a conflitos por ainda serem dependentes economicamente.

Lamentavelmente existe a tendência nas famílias de utilizarem os aspectos econômicos como o elo mais forte ao qual mantém os jovens submetidos, utilizando-se deles com freqüência para impor sua vontade.

O sujeito superará a fase de adolescência quando ultrapassar a necessidade de oposição e auto-afirmação, ouvindo com tranqüilidade opiniões diferentes das suas sem sentimentos de ameaça à sua pessoa, bem como aceitar para si as idéias que lhe transmitem que lhe são convenientes.


O ADOLESCENTE E A ESCOLA

O período em que se desenvolve o pensamento formal é a adolescência e este período será mais bem desenvolvido quanto melhor estiver a vivência social do sujeito, o que dá à escola um papel muito importante.

Enquanto o desenvolvimento das fases anteriores ocorre independente da criança ir ou não à escola, o bom desenvolvimento do pensamento formal está relacionado à interação entre o desenvolvimento maturacional e as experiências de vida.

O gradual desenvolvimento que ocorre em cada estágio envolve condutas sociais que levarão a criança a confrontar-se com situações, onde lhe é exigido considerar o outro em detrimento da realização de seus desejos. A princípio voltada só para seus desejos, não considera ou percebe desejos e opiniões que não são dela.

A descentração que ocorre então, possibilitará a interação entre as idéias que o sujeito traz com as de outros, repercutindo em uma troca que, para ocorrer satisfatoriamente, exigirá de cada sujeito envolvido que se comunique de modo organizado e claro de maneira que consiga sustentar sua opinião.

O papel da escola neste período é de fundamental importância pelo leque de experiências sociais que oferece aos jovens e pelo exercício constante que exige deles na elaboração de seu pensamento, na medida que utiliza a linguagem para a transmissão de informações e cobra do jovem a organização destas, e da sua própria maneira de comunicá-las.

A vida acadêmica exige um desenvolvimento crescente das aquisições que envolvem a linguagem trazendo vocabulários diferentes dos utilizados e que são muitas vezes difíceis de associar a palavras conhecidas. A evolução da linguagem passa da utilização de palavras de sentido concreto para o abstrato.

A escola não só oferece palavras novas, mas também utiliza uma estrutura de frases onde o sujeito da oração não está imediatamente após ou antes do verbo e, nem sempre aparece, o que pode levar alguns alunos a se confundirem ao tentar compreender as informações.

As regras gramaticais podem levar a conflitos daí encontrarmos jovens que se expressam com palavras ou frases curtas, de modo a não se verem obrigados a porem o pensamento em ordem na oração.

Esses jovens, não conseguem organizar suas idéias de modo a transformá-las em orações compreensíveis.
Percebemos em suas verbalizações e produções escritas, ordem confusa na colocação do sujeito e do verbo na oração além de má utilização dos tempos verbais.

Frente à dificuldade em compreender orações complexas as informações nelas contidas ficam sem sentido.
Do Ensino Fundamental II ao Ensino Médio a complexidade em relação à estrutura das orações aumenta exigindo dos estudantes a compreensão de mensagens implícitas, das ironias e dos trocadilhos.

Alunos com dificuldade no uso da linguagem terão declínio no desempenho acadêmico conforme a evolução e complexidade das diferentes disciplinas.

Os professores, para dar conta das diferentes maneiras que cada aluno tem de se apropriar do conhecimento, devem se utilizar não só da oralidade, mas também de ilustrações, da escrita, enfim de todas as formas de expressão para alcançar seus alunos respeitando assim suas diferentes maneiras de estruturar o pensamento.

O sucesso escolar é possível para aqueles que conseguem utilizar a
linguagem com facilidade isso porque as seguidas instruções e informações apresentadas em sala de aula requerem uma certa facilidade em se apropriar de todo o significado das mensagens para acompanhar o ritmo das aulas.

O professor que deseja manter seus alunos motivados deve possibilitar situações de desafio e sucesso para todos e não só para alguns, os eleitos melhores.
É comum a escola estabelecer um trabalho pedagógico que atende a necessidade infantil até o término do ensino fundamental I. A partir da entrada no ensino fundamental II (5a série) há uma mudança brusca no método que desconsidera a assimetria do processo de desenvolvimento pelo qual está passando a criança.
Isso repercutirá em grande angústia para pais e professores que elevam o nível de exigência sem que todos estejam aptos a cumpri-la. Daí o surgimento do mito sobre a quinta série, muitos alunos ainda estão com as características psicossociais bastante infantis e conseqüentemente, sua qualidade de pensamento também.

Os pais que se empenharam na transmissão de valores e referenciais que foram aceitos na primeira infância, passam a ter suas ações e opiniões vistas com desconfiança pelo jovem que não as reconhece mais como universais.

A ocorrência de conflitos é inevitável tanto em relação à aprendizagem de conceitos que exigem uma maior abstração quanto em relação ao comportamento social que passa a exigir escolhas, surgindo turmas, grupinhos, que cobrarão dos jovens mudanças em seu comportamento para que este se sinta “parte” do grupo.

É comum haver uma queda do rendimento escolar no período em que a criança entra na adolescência.
Mesmo o jovem que nunca apresentou grandes dificuldades escolares pode passar por um declínio no seu rendimento escolar e isso não deve ser interpretado como prenúncio de problema na aprendizagem porque quando há uma boa estabilidade na fase de adolescência o jovem volta a se interessar e se empenhar nos estudos.

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E O ADOLESCENTE

O adolescente encaminhado para atendimento psicopedagógico está vivendo um período muito especial de sua vida. É o reconhecimento de que algo não vai bem com ele somado a um período turbulento de seu desenvolvimento.

A adolescência se somada a problemas na aprendizagem pode levar a um grande sofrimento.
Lamentavelmente, quando encontramos um jovem que apresenta problemas na aprendizagem, constatamos com uma certa freqüência que ele já apresentava um desempenho escolar aquém de suas reais possibilidades, denunciando antigas dificuldades.
Geralmente é uma dificuldade que se arrastou por anos e que somada à turbulência da adolescência toma proporções maiores a ponto de levar os pais a buscar ajuda.

A intervenção psicopedagógica deve trabalhar em paralelo com os pais, marcando encontros regularmente de modo a esclarecer dúvidas sobre a intervenção além de liberar angústias e medos. Isso porque essa proximidade, com os pais possibilita uma parceria onde todos se unem para alcançar algo comum.

Os pais podem se encontrar, de tal forma cansados e decepcionados, que nutrem sentimentos ambivalentes pelo jovem e, proporcionar que eles coloquem esses sentimentos em palavras para melhor lidar com eles é um passo importante para a compreensão e o encontro de equilíbrio entre o que é real, possível em relação ao filho e o que é imaginário e ofusca suas reais possibilidades.

Uma boa intervenção psicopedagógica deve alcançar e sensibilizar pais e professores a juntos contribuírem para o não agravamento da dificuldade além de por meio de medidas preventivas, evitar o surgimento de outras.



POR:
Márcia Goulart Tozzi Pego - Pedagoga e Psicopedagoga; Mestre em Psicopedagogia pela Universidade de Santo Amaro autora do livro: a Representação Simbólica na Clínica Psicopedagógica, Ed. Vetor.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Estilos de Aprendizagem



Num artigo intitulado O Estilo de Aprendizagem Individual, escrito por Gilberto Teixeira, Prof. Doutor da FEA/USP ele ressalta que: “Cada pessoa tem um estilo seu de aprender. Isto é um fato demonstrado em inúmeras pesquisas. Por isso é fundamental, para melhorar o desempenho no serviço, na escola e nas relações interpessoais, que saibamos qual o nosso estilo de aprender.
Quando a pessoa está consciente de como ela própria e os outros percebem e processam a informação, pode conseguir com que o aprendizado e a comunicação se tornem bem mais fáceis e eficazes trabalhando no seu melhor estilo. O professor também necessita saber que, para que a comunicação se torne efetiva, é preciso que haja confiança. Para que ele conquiste a confiança, precisa criar um ambiente no qual os estudantes possam se comunicar francamente com ele. O professor deve identificar os estilos de aprendizagem de seus alunos e adotar a ação apropriada para cada caso.”
Pois, sabe-se que algumas pessoas aprendem mais facilmente quando há forte iluminação ou há bastante claridade na sala de aula; outras já preferem  um ambiente mais de penumbra. Outras pessoas aprendem melhor quando estudam em duplas; umas já acham que estudar e reter a informação tem de ser sozinho, confundindo, às vezes, aprender e entender, com decorar. Temos ainda aqueles que, não dispensam uma música de fundo, e há os que só conseguem se concentrar se não houver nenhum ruído, buscando o silêncio total. Podemos constatar que há também pessoas que só estudam num ambiente extremamente limpo, organizado, higiênico etc. enquanto outras se desenvolvem bem no meio de pilhas de livros e cadernos, com quase nenhum espaço para apoiar os braços e anotar algo.
De fato, o estilo de aprendizado de cada pessoa é uma combinação de como ela percebe, organiza, processa e modula a informação. As percepções exercem influência muito grande sobre as atitudes e o comportamento dos alunos mais do que os próprios fatos. As percepções não derivam muitas vezes dos fatos ou das palavras dos professores, mas do que realmente eles fazem.
O autor do artigo ressalta que “o bom professor é aquele que planeja, com bastante antecedência, não o que vai ocorrer numa dada semana, porém no mínimo no semestre todo ou até no letivo inteiro. Assim  o professor estabelece datas para realizar as avaliações, tarefas para serem feitas fora da sala de aula, encontros para revisão etc. e com isso ele permite que o aluno também possa se programar adequadamente. Entretanto o que de fato representa um grande diferencial é quando o professor percebe, para um certo grupo de alunos, o melhor estilo para o aprendizado em grupo e explica, a cada um deles, como é que eles aprendem melhor individualmente”.
Entre os estilos de aprendizagem temos os três seguintes:
a)  Visual
b)  Auditiva
c)  Cinestésica
Quem possui um estilo de aprendizagem visual:
  • Falam rápido.
  • Procuram ser limpas e organizadas.
  • Freqüentemente respondem às perguntas com um simples sim ou não.
  • Gostam de fazer rabiscos ou garatujas enquanto participam de uma reunião.
  • Observam os detalhes ambientais.
  • Buscam o bom planejamento à longo prazo.
  • Executam a leitura com rapidez.
  • Memorizam através de associações visuais.
  • Lembram o que viram melhor do que aquilo que ouviram.
  • Não se distraem facilmente com o barulho.
  • Têm problemas para lembrar instruções verbais.
  • Precisam de uma visão global e querem saber o intuito de todo e qualquer projeto.
  • Esquecem de deixar instruções verbais para os outros.
  • Gostam mais de artes plásticas do que de música.
  • Às vezes saem de sintonia quando o negócio é prestar atenção durante muito tempo.
  • Preferem fazer uma demonstração física a fazer um discurso.
  • Comumente sabem o que têm de dizer, porém não conseguem pronunciar as palavras corretas.
  • Quem possui um estilo de aprendizagem auditivo: 
  •   Falam consigo mesmas enquanto estão trabalhando
  •   Gostam mais de piadas contadas do que de mímica e de trejeitos cômicos
  •    Distraem-se facilmente com o barulho.
  •    Têm problemas com projetos que envolvam visualização como, por exemplo, cortar algo em pedaços para fazer alguma montagem.
  • Mexem os lábios e pronunciam as palavras enquanto estão lendo.
  • Gostam de ler as coisas em voz alta e ouvir o que estão dizendo.
  • Adoram discutir e entram em longas descrições.
  • Aprendem melhor quando ouvem e lembram com mais eficiência o que foi discutido com mais precisão do que aquilo que foi mostrado.
  • Podem repetir e inclusive fazer imitação do timbre e da intensidade da voz de quem ouviram falar.
  • Acham o ato de escrever enfadonho, porém são muito bons no discurso.
  • Apreciam mais a música do que as artes plásticas.
  • Falam em padrões rítmicos.
  • Freqüentemente discursam com eloqüência.
  •   Podem soletrar ou explicar detalhadamente melhor do que escrevendo as mesmas informações.
 
Quem possui um estilo de aprendizagem cinestésico:
  •   Falam bem devagar.
  • Não conseguem lembrar de localidades e de outros pontos geográficos, a não ser que tenham estado lá recentemente.
  •  Usam palavras de ação.
  • Respondem prontamente a apelos físicos.
  • Tocam nas pessoas para poder chamar a sua atenção.
  • Não conseguem ficar sentadas quietas durante longos períodos.
  • Fazem muitos gestos.
  • Sentam-se perto de alguém quando estão falando.
  • Usam o dedo como um indicador enquanto estão lendo.
  • Memorizam melhor quando estão andando e vendo.
  • Aprendem com mais eficiência e eficácia quando estão fazendo ou manipulando algo.
  • Possuem um desenvolvimento muscular precoce.
  • Soltam-se continuamente para a movimentação e para o esforço físico.
  • Gostam de estar envolvidos em jogos.
  • Podem ter uma caligrafia bem feia.

 Fonte: http://spu.autoupdate.com 
(Artigos de Gilberto Teixeira)
http://seillacarvalho.blogspot.com.br/

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Torre de Hanói e Memória de Trabalho


A Torre de Hanói é um "quebra-cabeça" que consiste em uma base contendo três pinos, em um dos quais são dispostos alguns discos uns sobre os outros, em ordem crescente de diâmetro, de cima para baixo. O problema consiste em passar todos os discos de um pino para outro qualquer, usando um dos pinos como auxiliar, de maneira que um disco maior nunca fique em cima de outro menor em nenhuma situação. O número de discos pode variar sendo que o mais simples contém apenas três.
Torre de Hanói
A Torre de Hanói tem sido tradicionalmente considerada como um procedimento para avaliação da capacidade de memória de trabalho, e principalmente de planejamento e solução de problemas.