quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Atendimento Psicopedagógico frente o adolescente

Este trabalho tem o objetivo de reunir algumas informações sobre um período tão importante do desenvolvimento humano que é a adolescência. Isso porque, é importante ao psicopedagogo, frente um adolescente com problemas na aprendizagem, entender as características comuns a este período de modo a ajudar os pais a obterem uma melhor compreensão da fase pela qual passa o filho e poderem juntos discrim
inar o que é fruto de problemas na aprendizagem e o que faz parte de uma etapa de desenvolvimento normal dos sujeitos, de maneira a ser realizada uma adequada intervenção.

A adolescência não é conhecida como um período temido à toa. Se observarmos os estágios do desenvolvimento humano, poderemos perceber que a adolescência é um período relativamente curto se considerarmos o grande número de transformações a que o sujeito nesta fase é submetido.

Há uma verdadeira revolução que leva a mudanças biopsicossociais.
O surgimento da puberdade, marco de todo esse processo, inicia a entrada do sujeito no mundo adulto. Esta fase é caracterizada por toda uma série de transformações, adquirindo o corpo, as características sexuais secundárias que causarão a definitiva perda do corpo infantil.

A velocidade com que essas mudanças corporais ocorrem pode não ser acompanhada pela necessária mudança em relação à representação mental do próprio corpo, daí a freqüência com que se encontra adolescentes desajeitados.
Isso se deve pelo fato de as alterações corporais que surgem serem mais rápidas que o desenvolvimento da percepção e representação mental.

Há, conseqüentemente, mudanças no comportamento emocional, social e intelectual, isso porque o pensamento que dá um salto no desenvolvimento, passará a funcionar das operações concretas para as abstratas.

O pensamento formal começa a se estruturar a partir dos 11/12 anos. A adolescência é o período no qual se espera que o jovem supere as características do raciocínio lógico concreto e possa estruturar seu pensamento a partir de conceitos abstratos. Passando a relacionar e pensar sobre conteúdos aprendidos e sobre fatos vividos ou imaginados.

O estágio das operações formais será alcançado segundo o estabelecido das fases de desenvolvimento anteriores a ele, e sobre as quais irá alicerçar-se.
A criança que internalizou as figuras parentais e o ambiente segundo o desenvolvimento de sua percepção, passando pelos estágios sensório motor, pré-operatório e operatório concreto terá, com o aprimoramento de sua cognição para as operações abstratas, uma diferente percepção do mundo.

Isso quer dizer que amplia sua percepção do ambiente, passando a manipular idéias quando antes se limitava a manipular objetos. A aquisição da capacidade de abstração e interpretação possibilita refletir sobre situações abstratas, relacionando-as com outras informações e fazer julgamentos. Isso a leva a escolher para si novos valores.

A conseqüência disso recai imediatamente nas figuras parentais que passarão a ser vistas sobre um outro prisma e, com isto, o questionamento às regras e a freqüente rejeição a qualquer idéia ou sugestão vinda deles.
Alterada sua percepção do mundo também terá mudado seus gostos e interesses. Passando a fazer escolhas anteriormente rejeitadas e a se aproximar de pessoas diferentes. Mudam-se os gostos e simpatias.

É uma passagem evolutiva que depende não só de aspectos relacionados à individualidade do sujeito como também do sistema familiar e social do qual ele participa.
Teremos então um sujeito que, simultaneamente às alterações físicas, sofrerá mudanças nos aspectos emocionais, sociais, sexuais e intelectuais. No entanto, apesar dessas mudanças serem desencadeadas simultaneamente, elas evoluirão em ritmos diferentes, repercutindo em um processo de desenvolvimento assimétrico.

A nível orgânico, o término desse processo irá ocorrer aproximadamente aos 16 anos. Não há, no entanto, uma idade limite rígida, havendo a possibilidade de variações segundo cada um.
No entanto, se o organismo tem uma idade aproximada para o fim da adolescência esta fase não se reduz apenas às alterações físicas, mas também psicossociais. Daí que o término da adolescência será considerado a partir da conquista pelo sujeito da maturidade biopsicossocial.

Quanto aos aspectos sociais que determinarão o término da adolescência, estes variarão segundo a cultura e o grupo no qual o jovem está inserido, pois serão suas exigências e expectativas que contribuirão ou retardarão a entrada do sujeito no mundo adulto.

O ADULTO FRENTE O ADOLESCENTE

As inevitáveis modificações físicas e orgânicas desta fase ocasionam um olhar diferente por parte do adulto, pais e professores, que passam a cobrar dos jovens posturas “adultas” segundo as aquisições culturais do grupo.

Submetido às pressões dos grupos sociais surgirão mudanças na personalidade que por um tempo oscilará entre o surgimento de comportamentos ora infantis, ora adultos.

O mundo adulto que antes protegia o jovem passa a cobrar-lhe maturidade segundo as características físicas recentemente adquiridas, sem compreender a desigualdade no desenvolvimento do sujeito que ora se apresenta como adulto, ora como criança.
O jovem, na busca de seu lugar no mundo passa a procurar além do círculo familiar, ajustar-se aos padrões de outros grupos.

O casal parental, quando recorre ao atendimento psicopedagógico de um filho adolescente, apresenta-se freqüentemente com sentimentos de menos valia em relação a seus papéis de pais. Sentem-se confusos com o crescimento dos filhos que já não aceitam sua autoridade e idéias sem questionamento.

O enfrentamento que o jovem passa a manifestar contra qualquer situação que, mesmo remotamente, o lembrem de seu período de infância, leva os pais a responderem com diferentes comportamentos. Alguns apresentam reação depressiva, geralmente as mães, pela perda que sentem da maior proximidade que costumavam ter com os filhos, sendo o crescimento e conseqüente independência, recebido com tristeza e até com o surgimento de distúrbios psicossomáticos.

Encontramos pais absolutos sobre o que é certo e o que é errado em opiniões e atitudes as quais impõe ao jovem, sem considerar sua possibilidade em diferir.
Há pais indiferentes que se omitem em dialogar com o jovem, ou por acharem que ele precisa se decidir sozinho, sem interferência ou por se ressentirem do comportamento desafiador deste e assim deixam o jovem opinar e agir sem parâmetros, pois não há com quem ele possa diferir de opinião. E pais negociadores que, conscientes do poder de decisão que lhe compete enfrentam e argumentam, não temendo contrariar o jovem e nem reconhecer quando este tem razão.

A entrada do filho na puberdade pode ser uma fase de grande sofrimento para pais que se ressentem da perda do corpo infantil. Esse sentimento de perda pode ser indício de problemas se for acompanhado pela negação da natural e crescente autonomia dos filhos.

Observamos com certa freqüência que o jovem que é submetido a uma proteção exagerada, traz consigo prejuízos pela falta de possibilidade de independência e individuação decorrentes da superproteção. Conseqüentemente, apresenta prejuízos no seu potencial criativo e de resolução de problemas.

A falta de possibilidades em tornar-se gradualmente independente culmina em uma entrada na adolescência permeada de insegurança e vergonha pela falta de capacidade em se cuidar sozinho. Isso inevitavelmente repercute em crise no relacionamento com os pais que, acostumados a exercer uma postura superprotetora, entrarão em confronto com o comportamento adolescente de busca de liberdade e enfrentamento aos limites.

Há pais que não se dão conta de que suas preocupações podem sufocar e/ou minar qualquer potencial que o filho possa ter em sua vida.
Alguns pais podem sentir, no crescimento e autonomia dos filhos, a evidência de seu envelhecimento e tornam-se confusos com a sobra de tempo que surge em decorrência de não serem mais tão necessários.

O casal parental pode ter pendente o enfrentamento de questões de seu relacionamento que o cuidado com os filhos ajudaram a protelar. Ter tempo sobrando por não ser mais tão necessário ao filho exigirá um reposicionamento que o casal, muitas vezes, não está preparado para viver.

A ênfase no insucesso que o jovem apresenta, em alguns casos pode ser interpretada como uma maneira de aproximação mantendo os pais em uma posição de cuidados e atenção semelhante aos primeiros anos escolares.
Para muitos pais isso se torna motivo de grandes brigas e recriminações sobre o filho.

As excessivas queixas dos pais podem levar o jovem a mergulhar em um espaço onde só há o errado em sua vida.
O jovem desprovido de qualquer qualidade embarca nas queixas e lamentações que a escola e pais fazem dele, deixando perdida qualquer possibilidade de sucesso.

Às vezes é dotado de qualidades tão diferentes do que a família espera dele que elas passam despercebidas.
Despertar o interesse do jovem pelos estudos e pela busca de caminhos de realização tem relação direta com experiências de sucesso. Isso porque ser bem sucedido desperta o sujeito para a realização de atividades enquanto que, o mau desempenho, o afastará das tentativas de realização. Possibilitar uma visão real sobre os talentos do jovem e prestigiá-lo justamente, sem excessivas críticas, é a melhor postura para ajudá-lo em sua conquista do mundo adulto.

Frente à constante recusa dos jovens em acatar suas palavras, alguns pais passam a sofrer e considerar que educaram mal os filhos, interpretando a necessidade que estes tem de manifestar idéias próprias como desafios à sua autoridade e falta de respeito.

O jovem tende a interpretar a dependência como uma característica infantil e passa a confundi-la com a autoridade dos pais, indo contra qualquer pedido ou sugestão destes por considerá-los manipulação. É uma ação de recusa em continuar criança, uma demonstração de que já é capaz de ter vontade própria.

As mudanças físicas, psicológicas e sociais que ocorrem repercutem na conscientização de que não são mais crianças e passam a ser mais forte em suas exigências, entendem que ser independente é fazer o que tem vontade e isso levará a conflitos por ainda serem dependentes economicamente.

Lamentavelmente existe a tendência nas famílias de utilizarem os aspectos econômicos como o elo mais forte ao qual mantém os jovens submetidos, utilizando-se deles com freqüência para impor sua vontade.

O sujeito superará a fase de adolescência quando ultrapassar a necessidade de oposição e auto-afirmação, ouvindo com tranqüilidade opiniões diferentes das suas sem sentimentos de ameaça à sua pessoa, bem como aceitar para si as idéias que lhe transmitem que lhe são convenientes.


O ADOLESCENTE E A ESCOLA

O período em que se desenvolve o pensamento formal é a adolescência e este período será mais bem desenvolvido quanto melhor estiver a vivência social do sujeito, o que dá à escola um papel muito importante.

Enquanto o desenvolvimento das fases anteriores ocorre independente da criança ir ou não à escola, o bom desenvolvimento do pensamento formal está relacionado à interação entre o desenvolvimento maturacional e as experiências de vida.

O gradual desenvolvimento que ocorre em cada estágio envolve condutas sociais que levarão a criança a confrontar-se com situações, onde lhe é exigido considerar o outro em detrimento da realização de seus desejos. A princípio voltada só para seus desejos, não considera ou percebe desejos e opiniões que não são dela.

A descentração que ocorre então, possibilitará a interação entre as idéias que o sujeito traz com as de outros, repercutindo em uma troca que, para ocorrer satisfatoriamente, exigirá de cada sujeito envolvido que se comunique de modo organizado e claro de maneira que consiga sustentar sua opinião.

O papel da escola neste período é de fundamental importância pelo leque de experiências sociais que oferece aos jovens e pelo exercício constante que exige deles na elaboração de seu pensamento, na medida que utiliza a linguagem para a transmissão de informações e cobra do jovem a organização destas, e da sua própria maneira de comunicá-las.

A vida acadêmica exige um desenvolvimento crescente das aquisições que envolvem a linguagem trazendo vocabulários diferentes dos utilizados e que são muitas vezes difíceis de associar a palavras conhecidas. A evolução da linguagem passa da utilização de palavras de sentido concreto para o abstrato.

A escola não só oferece palavras novas, mas também utiliza uma estrutura de frases onde o sujeito da oração não está imediatamente após ou antes do verbo e, nem sempre aparece, o que pode levar alguns alunos a se confundirem ao tentar compreender as informações.

As regras gramaticais podem levar a conflitos daí encontrarmos jovens que se expressam com palavras ou frases curtas, de modo a não se verem obrigados a porem o pensamento em ordem na oração.

Esses jovens, não conseguem organizar suas idéias de modo a transformá-las em orações compreensíveis.
Percebemos em suas verbalizações e produções escritas, ordem confusa na colocação do sujeito e do verbo na oração além de má utilização dos tempos verbais.

Frente à dificuldade em compreender orações complexas as informações nelas contidas ficam sem sentido.
Do Ensino Fundamental II ao Ensino Médio a complexidade em relação à estrutura das orações aumenta exigindo dos estudantes a compreensão de mensagens implícitas, das ironias e dos trocadilhos.

Alunos com dificuldade no uso da linguagem terão declínio no desempenho acadêmico conforme a evolução e complexidade das diferentes disciplinas.

Os professores, para dar conta das diferentes maneiras que cada aluno tem de se apropriar do conhecimento, devem se utilizar não só da oralidade, mas também de ilustrações, da escrita, enfim de todas as formas de expressão para alcançar seus alunos respeitando assim suas diferentes maneiras de estruturar o pensamento.

O sucesso escolar é possível para aqueles que conseguem utilizar a
linguagem com facilidade isso porque as seguidas instruções e informações apresentadas em sala de aula requerem uma certa facilidade em se apropriar de todo o significado das mensagens para acompanhar o ritmo das aulas.

O professor que deseja manter seus alunos motivados deve possibilitar situações de desafio e sucesso para todos e não só para alguns, os eleitos melhores.
É comum a escola estabelecer um trabalho pedagógico que atende a necessidade infantil até o término do ensino fundamental I. A partir da entrada no ensino fundamental II (5a série) há uma mudança brusca no método que desconsidera a assimetria do processo de desenvolvimento pelo qual está passando a criança.
Isso repercutirá em grande angústia para pais e professores que elevam o nível de exigência sem que todos estejam aptos a cumpri-la. Daí o surgimento do mito sobre a quinta série, muitos alunos ainda estão com as características psicossociais bastante infantis e conseqüentemente, sua qualidade de pensamento também.

Os pais que se empenharam na transmissão de valores e referenciais que foram aceitos na primeira infância, passam a ter suas ações e opiniões vistas com desconfiança pelo jovem que não as reconhece mais como universais.

A ocorrência de conflitos é inevitável tanto em relação à aprendizagem de conceitos que exigem uma maior abstração quanto em relação ao comportamento social que passa a exigir escolhas, surgindo turmas, grupinhos, que cobrarão dos jovens mudanças em seu comportamento para que este se sinta “parte” do grupo.

É comum haver uma queda do rendimento escolar no período em que a criança entra na adolescência.
Mesmo o jovem que nunca apresentou grandes dificuldades escolares pode passar por um declínio no seu rendimento escolar e isso não deve ser interpretado como prenúncio de problema na aprendizagem porque quando há uma boa estabilidade na fase de adolescência o jovem volta a se interessar e se empenhar nos estudos.

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E O ADOLESCENTE

O adolescente encaminhado para atendimento psicopedagógico está vivendo um período muito especial de sua vida. É o reconhecimento de que algo não vai bem com ele somado a um período turbulento de seu desenvolvimento.

A adolescência se somada a problemas na aprendizagem pode levar a um grande sofrimento.
Lamentavelmente, quando encontramos um jovem que apresenta problemas na aprendizagem, constatamos com uma certa freqüência que ele já apresentava um desempenho escolar aquém de suas reais possibilidades, denunciando antigas dificuldades.
Geralmente é uma dificuldade que se arrastou por anos e que somada à turbulência da adolescência toma proporções maiores a ponto de levar os pais a buscar ajuda.

A intervenção psicopedagógica deve trabalhar em paralelo com os pais, marcando encontros regularmente de modo a esclarecer dúvidas sobre a intervenção além de liberar angústias e medos. Isso porque essa proximidade, com os pais possibilita uma parceria onde todos se unem para alcançar algo comum.

Os pais podem se encontrar, de tal forma cansados e decepcionados, que nutrem sentimentos ambivalentes pelo jovem e, proporcionar que eles coloquem esses sentimentos em palavras para melhor lidar com eles é um passo importante para a compreensão e o encontro de equilíbrio entre o que é real, possível em relação ao filho e o que é imaginário e ofusca suas reais possibilidades.

Uma boa intervenção psicopedagógica deve alcançar e sensibilizar pais e professores a juntos contribuírem para o não agravamento da dificuldade além de por meio de medidas preventivas, evitar o surgimento de outras.



POR:
Márcia Goulart Tozzi Pego - Pedagoga e Psicopedagoga; Mestre em Psicopedagogia pela Universidade de Santo Amaro autora do livro: a Representação Simbólica na Clínica Psicopedagógica, Ed. Vetor.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Antecipar a alfabetização do seu filho nem sempre é a melhor escolha

Antes de pular um ano letivo, a criança deve ser avaliada com cuidado para não enfrentar descompasso entre o intelectual e o emocional



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Pular um ano é bastante comum na pré-escola, mas adiantamento deve ser definido pela maturidade da criança
As escolas brasileiras passaram por mudanças desde que a lei 11.274 foi aprovada em 2006. A nova lei ampliou o Ensino Fundamental para nove anos e deu até o final de 2011 para as escolas se adaptarem. O último passo já foi dado: a partir do ano que vem, só vão ingressar no primeiro ano do Fundamental os alunos com seis anos completos até 31 de março de 2012. A medida gerou uma corrida de pais dispostos a ir à Justiça para garantir que seus filhos entrem no Ensino Fundamental antes do estabelecido. Mas é bom para a criança estar adiantada?
Pular um dos anos da Educação Infantil não é incomum. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a filha da professora universitária Michele Cunha Franco, de 43 anos. Quando Sofia cursava o que antes era conhecido como Jardim, nível anterior ao Pré, os professores perceberam que ela terminava as atividades muito antes das outras crianças. Receosos de que ela perdesse o interesse pela escola, já que não passava por desafios, sugeriram à mãe adiantar a filha. “A Sofia era mais madura: entre três e quatro anos ela não queria brincar de boneca e vivia me pedindo para ensiná-la a ler”, conta a mãe, que atendeu ao pedido.


Com brincadeiras improvisadas, Michele acabou iniciando a alfabetização da filha, que aos cinco anos já sabia ler e escrever. Na escola, avaliaram que Sofia não poderia ficar em uma sala de sua própria faixa etária, já que acabaria achando a escola um tédio.


O mesmo estava prestes a acontecer com a filha da secretária Vania Rayhel, 52 anos, se ela não pulasse um ano da Educação Infantil. “A Jéssica não queria brincar, ela queria aprender a ler e escrever”, diz. A escola acabou mudando-a de ano e a menina chegou ao Pré antes do esperado. “Nós não queríamos forçá-la a nada, mas tudo acabou dando certo e ela acompanhou sem problemas”, declara Vania.


Ambas as mães comentam que o adiantamento na escola não prejudicou em nada o desempenho das filhas. Mas Michele assinala que se a filha tivesse pulado um ano por conta da ansiedade da mãe, o estímulo talvez não funcionasse. “O plano foi bem-sucedido porque não foi forçado: a iniciativa era dela”, diz.


A psicopedagoga Nívea Maria de Carvalho Fabrício, diretora pedagógica do Colégio Graphein, em São Paulo, concorda: antecipar o ingresso de uma criança no Ensino Fundamental apenas para atender às expectativas dos pais é prejudicial. “De forma geral, alfabetizar crianças aos cinco anos pode ser uma loucura”, completa.


 Maturidade da criança vs. expectativas dos pais
Com 35 anos de experiência em direção escolar, Nívea comenta já ter visto de todo tipo de criança, inclusive as que chegaram mais cedo ao Ensino Fundamental. Para algumas, tudo deu certo até a chegada à universidade. Para outras, nem tanto. Saber se uma criança está pronta para ser adiantada ou não exige uma avaliação muito individual e completa. Se não for realmente madura, a criança pode se desorganizar com as novidades e se desinteressar, passando a se achar incapaz.


De acordo com a professora Neide de Aquino Noffs, psicopedagoga e diretora da faculdade de Educação da PUC-SP, outra questão deve ser levantada neste momento: a criança não vai acabar perdendo a infância mais cedo?


Para Neide, a criança de cinco anos precisa ter a infância preservada e não há a menor necessidade fazê-la começar no Fundamental tão cedo. “No passado, quando a criança era adiantada, acontecia de uma maneira mais natural e não se corriam tantos riscos”.


Ao pular um ano letivo, a criança enfrenta um descompasso entre o intelectual e o emocional, o que pode atrapalhar o desenvolvimento escolar. Uma forma de contornar o dilema seria apostar em atividades extracurriculares, capazes de saciar a curiosidade e a aptidão intelectual precoce. “Excepcionalmente, pode acontecer de uma criança estar além das outras. Mas, na maioria das vezes, a escola deve se adaptar a ela”, diz Neide.


Alfabetização e adaptação


O processo de alfabetização costuma começar entre os seis e sete anos e pode acontecer mais rapidamente para algumas crianças do que para outras, mas de acordo com a orientadora pedagógica e educacional do Colégio Equipe, Luciana Fevorini, o aprendizado mais rápido não deve ser motivo para os pais verem em seu filho um pequeno gênio.


O adiantamento depende de uma mistura de capacidades – de leitura, escrita e habilidades matemáticas – que devem ser analisadas a fundo. “As expectativas exageradas da família em relação à alfabetização não é legal. As escolas precisam saber fazer uma avaliação correta neste momento, até mesmo do desenvolvimento corporal da criança, das capacidades sociais e cognitivas”, diz. Para ela, o ideal é realmente respeitar a idade.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Alfabetização- Método Fônico




Pessoal, para quem estava perguntando sobre o método fônico aqui estão as dicas... O método fônico é excelente para trabalhar com crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem. Eu uso muito no consultório... São esses os materiais que uso diariamente...

Alfabetização: Método Fônico
Autores: Fernando C. Capovilla e Alessandra G. S. Capovilla
EDITORA MEMNOM
  •  SINOPSE:  Após examinar a fundo 115 mil estudos à procura do método de alfabetização mais eficaz, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido decidiram adotar oficialmente o método fônico. Infelizmente, contudo, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do MEC ainda insistem em pregar um outro método de alfabetização que, de acordo com aqueles países, é ultrapassado, improcedente e ineficaz. Isto tem custado caro ao aluno brasileiro, cuja competência em leitura e escrita tem caído de modo alarmante, sendo classificado em último lugar no Programa Internacional de Avaliação de Alunos. 'Alfabetização - método fônico' explica os dados científicos nacionais e internacionais que comprovam a clara superioridade do método fônico e demonstra, passo a passo, como implementá-lo na sala de aula para a alfabetização eficaz, tal como faz o Reino Unido, a França e os Estados Unidos, de modo a reverter as alarmantes taxas de fracasso escolar de nossas crianças.

Alfabetização Fônica Livro do aluno
Construindo a competência de leitura e escrita
Autores: Fernando Capovilla e Alessandra Capovilla

Sumário do Livro:
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Alfabetização com as boquinhas
Livro do professor e livro do aluno
Autoras Renata Savastano R. Jardini
Patrícia Thimóteo S. Gomes
Editora Pulso
Inúmeras atividades que fogem da memorização e fixam a escrita e o movimento dos lábios na pronúncia de letras, sílabas e palavras. Na medida que o livro exercita a diferenciação de fonemas e incentiva a elaboração de frases, amplia a percepção da criança em relação ao mundo a sua volta; ao passo que desenvolve a articulação e o correto posicionamento da língua, contribui ao enriquecimento simbólico: o primeiro contato com a linguagem é fundamental à capacidade cognitiva do indivíduo.

Na companhia de fotos que ilustram os movimentos da boca em cada fonema, um espelho para a auto-regulação do exercício, e de um cd-rom com imagens e sons, a criança aprende brincando, e o profissional ensina com a certeza do sucesso pedagógico. “Alfabetização com as boquinhas” é simples e exime qualquer barreira técnica ao aprendizado; pelo contrário, é um elo definitivo entre o aprendiz e a esfera lingüística.

SUMÁRIO:





Coleção de cadernos Ruth Bicudo (8 cadernos)
Editora Livro Pronto
  • Caderno 1 - Aperfeiçoamento das trocas ortográficas, auditivas e visuais (uso do x e do s)
  •  Cad 2 - Fonemas  p/b, f/v, t/d;
  • Cad 3 - Fixação Ortográfica;
  • Cad. 4 - Sugestões para o trabalho de estimulação do desenvolvimento da Consciência Fonológica nas crianças em fase de alfabetização.
  • Cad. 5 - Vários exercícios nas áreas do léxico, gramática e sintaxe, que auxiliarão no desenvolvimento da habilidade de redigir. 
  • Cad. 6 - Jogos do Caderno 2, que aperfeiçoam trocas ortográficas, auditivas e visuais (P e B, T e D, F e V).
  • Cad. 7 - Aceleração na identificação de sílabas simples e complexas,  estimulação do nível de atenção, promoção da fluência, favorecimento da compreensão.
  • Cad. 8 - Dislexia - Compreendendo melhor o disléxico  e oferecendo ao disléxico melhores condições de aprendizagem;





Alfabetização fônica computadorizada

Alessandra G. S. Capovilla / Eliseu Coutinho de Macedo / Fernando César Capovilla
 / Cleber Diana

A Alfabetização Fônica é composta da articulação sistemática entre instruções metafonológicas e fônicas. O ensino metafonológico é feito por meio de atividades para desenvolver a consciência fonológica, o ensino fônico, por meio de atividades para ensinar correspondências entre grafemas e fonemas no alfabeto.
Implementada no Brasil sob forma de livros como Problemas de leitura e escrita: como identificar, prevenir e remediar numa abordagem fônica, Alfabetização: método fônico, e Alfabetização fônica: construindo competência de leitura e escrita, a Alfabetização Fônica teve sua eficácia amplamente demonstrada em dezenas de artigos científicos publicados no Brasil e no exterior voltado à prevenção e ao tratamento de atrasos de leitura e escrita.
Implementada agora sob forma de CD-ROM a Alfabetização fônica computadorizada complementa o pacote, tornando ainda mais lúdica e eficaz a alfabetização, bem como a intervenção para prevenção e tratamento de problemas de leitura e escrita.
O presente livro acompanha o CD-ROM Alfabetização fônica computadorizada e explica sua fundamentação teórica e as atividades que compõem.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Atividades para escrever as letras do alfabeto e os números




Sugestões de atividades pré-escolar que incentiva as crianças a reconhecer e escrever as letras do alfabeto.

-Álbum de fotos, imagens (de revistas ou livros), para cada letra do alfabeto.Pegue o álbum de fotos e fazer uma página para cada letra do alfabeto. Coloque a letras uma ou duas fotos na página. Faça isso para cada letra.

-Jogos(bingo, jogo de memória, jogo de dominó) que fazem o divertimento de aprendizagem do alfabeto para crianças pequenas.

-Colagem


-Massinha,Areia,Espuma,Tinta,Carimbo



-Brinquedos pedagógicos de letras


-Livros com alfabeto -Escreva e Apague da Ciranda Cultural
  

-Massinha,palito de picolé,tampinhas,moedas,bolinhas de gude ou algodão




-Brinquedos pedagógicos


-Livro dos Números Escreva e Apague da Ciranda Cultural

Sugestões de atividades - Coordenação Motora



Quebra-cabeça com fotos da família
Preencher dentro do molde vazado com cola colorida ou massinha caseira
Jogo de Arremesso.Bolas ou peixinhos de saquinho de areia
 
Colar adesivos no contorno da figuras e referência visual dos pontinhos
Pintura com esponja e pregador de roupa.Dedo indicador e polegar (pinça fina)
Pintura com cotonete.Dedo indicador e polegar(pinça fina)
Alinhavo com caixa de ovo.
Abrir e fechar o pregador de roupa através de atividades ludicas.Força no dedo indicador e polegar (pinça fina).
 
Transferência do objeto(rolha) da pia para panelinha com uso de colher
Transferência do objeto (pedrinhas) da vasilha para balde com uso de pazinha
Transferência do objeto(arroz) da vasilha para outra com uso de colher.
 
Jogo liga os pontos no papel Kraft no chão

Cartelas de desenhos de figuras viso espacial para cópia das figuras no tabuleiro de pinos com gominhas de elástico
 
 

A importância da pré-escola


A importância da pré-escola

Alfabetização a princípio significa o domínio da leitura e da escrita, mas esse domínio é na verdade a conclusão de um longo processo. Para que uma criança seja alfabetizada, é preciso que ela passe antes por uma série de etapas em seu desenvolvimento, tornando-se então preparada para a aquisição da leitura e da escrita. Essas etapas compõem a chamada "fase pré-escolar" ou "período preparatório". O processo de alfabetização, é bastante complexo para a criança, por isso a importância de se respeitar o período preparatório, que dará a criança o suporte necessário para que ela prossiga sem apresentar grandes problemas. Uma criança sem o preparo necessário, pode apresentar durante a alfabetização, dificuldades relacionadas à coordenação motora fina e à orientação espacial, não sabendo por exemplo, segurar o lápis com firmeza, unir as letras enquanto escreve, ou como posicionar a escrita no papel e outras.
No "período preparatório",a criança deve apresentar um bom desenvolvimento motor e dominância lateral definida. Isso significa que ela deve brincar muito, exercitar-se através de jogos e brincadeiras que estimulem as percepções sensoriais (gustativa, olfativa, visual, tátil,vestibular e auditiva). Deve dominar seus movimentos corporais com habilidade e segurança, deve conhecer seu corpo, seus limites, ter postura, equilíbrio, reflexos e raciocínio lógico bem desenvolvidos. Por isso a importância das, brincadeiras de rua, de jogar bola, andar de bicicleta. rolar na grama, brincar com areia, nadar, correr, pular, etc. Isso é o que chamamos de coordenação motora global. O próximo passo, é o desenvolvimento da coordenação motora fina. A criança se desenvolve nesse sentido quando desenha ou pinta com todos os tipos de lápis, pincéis, quando usa tesouras ou quando pinta com os próprios dedos. Quando rasga, amassa ou pica papéis, quando brinca com jogos de encaixar e montar, enfim, são atividades que limitam-se mais ao uso das mãos, associadas ao raciocínio, à percepção sensorial e à concentração. Também são pré-requisitos importantes o desenvolvimento da capacidade de concentração, o desenvolvimento da memória e do raciocínio lógico e abstrato. Estes podem ser aprimorados com brinquedos e programas educativos, músicas, histórias, filmes infantis, livros, conversas informais, e tantas outros recursos. Toda e qualquer atividade estimula o cérebro, e quanto mais estimulado, melhor é o desempenho da criança em todo o processo de aprendizagem.
Muitas pré-escolas se preocupam somente com a alfabetização da criança, mas é muito importante que a pré-escola se preocupe primeiramente com o desenvolvimento do período preparatório, com a estimulação de todos os pré-requisitos que já descrevemos. A escola não deve pular as etapas do desenvolvimento, isso é extremamente prejudicial e trará consequências futuras para a criança, nas áreas pedagógica, emocional ou social. Para ser alfabetizada, uma criança precisa estar madura em todos os sentidos, pois o processo de alfabetização apresenta novas etapas, e a criança deve estar preparada para vencê-las.

Fonte:escrito por Katia Ferreira Lima

O desenho infantil e sua evolução


O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos Essa passagem é possível graças às interações da criança com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas. Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma ação sobre uma superfície, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa ação produziu. No decorrer do tempo, as garatujas, que refletiam sobretudo o prolongamento de movimentos rítmicos de ir e vir, transformam-se em formas definidas que apresentam maior ordenação, e podem estar se referindo a objetos naturais, objetos imaginários ou mesmo a outros desenhos.
O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar de registrar, marca o desenvolvimento da infância, porém em cada estágio, o desenho assume um caráter próprio.


• De 1 a 3 anos
-É a idade das famosas garatujas: simples riscos ainda desprovidos de controle motor, a criança ignora os limites do papel e mexa todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão.
-As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes.
-figuras humanas com cabeça e olhos.


• De 3 a 4 anos
-conquistou a forma e seus desenhos têm a intenção de reproduzir algo.
-respeita melhor os limites do papel.
-desenho um ser humano com pernas, braços, pescoço e tronco.


• De 4 a 5 anos
-É uma fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais
-varia no uso das cores, buscando um certo realismo.
-figuras humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a -distribuição dos desenhos no papel obedecem a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha.


-Aparece ainda a tendência à antropomorfização, ou seja, a emprestar características humanas a elementos da natureza, como o famoso sol com olhos e boca. Esta tendência deve se estender até 7 ou 8 anos.


• De 5 a 6 anos
-Os desenhos sempre se baseiam em roteiros com começo, meio e fim.
-figuras humanas aparecem vestidas
-grande atenção a detalhes como as cores.
-Os temas variam e o fato de não terem nada a ver com a vida dela são um indício de desprendimento e capacidade de contar histórias sobre o mundo.



• De 7 a 8 anos
-O realismo é a marca desta fase, em que surge também a noção de perspectiva. Ou seja, os desenhos da criança já dão uma impressão de profundidade e distância.
-Extremamente exigentes, muitas deixam de desenhar, se acham que seus trabalhos não ficam bonitos.

O importante é respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa desenhar livremente, sem intervenção direta, explorando diversos materiais, suportes e situações.