segunda-feira, 2 de julho de 2012

Consciência Fonológica


Programa de remediação fonológica em escolares com dificuldades de aprendizagem


RESUMO
Objetivo:
Verificar a eficácia do programa de remediação fonológica em escolares com dificuldades de aprendizagem. Métodos: Participaram 40 escolares, de 2ª a 4ª séries do município de Marília (SP), de ambos os gêneros, faixa etária de oito anos e um mês a 12 anos, que foram distribuídos em dois grupos: Grupo 1 (G1), composto por 20 escolares com dificuldades de aprendizagem; e Grupo 2 (G2), composto por 20 escolares sem dificuldades de aprendizagem. Foram aplicados o Teste de Desempenho Cognitivo-Linguístico e a prova de leitura oral e compreensão de textos em todos os escolares, pré e pós testagem. Os participantes do Grupo 1 foram submetidos ao programa de remediação fonológica após a pré-testagem. Resultados: Ao final do programa de remediação fonológica o Grupo 1 apresentou diferença para as habilidades de leitura, processamento auditivo, visual e velocidade de processamento, evidenciada por desempenho superior na pós-testagem. Conclusão: Houve eficácia do programa de remediação fonológica para o desenvolvimento de habilidades cognitivo-linguísticas e de leitura e compreensão de texto para escolares com dificuldade de aprendizagem.
Não existe um consenso sobre a definição de dificuldade de aprendizagem, nem como, porque ou quando ela se manifesta. De acordo com a literatura, as dificuldades de aprendizagem se caracterizam por um grupo heterogêneo de manifestações que ocasiona baixo rendimento acadêmico nas tarefas de leitura, escrita e cálculo-matemático. Podem ser categorizadas como transitórias e ocorrer em qualquer momento no processo de ensino-aprendizagem
(1,2). Desta forma, a dificuldade de aprendizagem também pode ser considerada como uma dificuldade específica da atividade escolar e diz respeito à discrepância entre o que se presume que a criança seja potencialmente capaz de aprender sob uma dada situação em sala de aula e o que ela realmente realiza(3).
No Brasil, não há estimativa sobre prevalência das dificuldades de aprendizagem, pelo fato de esta categoria diagnóstica não se situar no sistema educacional
. Entretanto, a inaptidão para a leitura afeta de 2 a 8% de alunos de escolas elementares do Brasil(4).
Existe um consenso entre os pesquisadores de que a habilidade fonológica é importante para a aquisição da leitura e que a maioria dos indivíduos com atraso em leitura apresenta alterações nessa habilidade
(5,6). A hipótese do déficit fonológico tem sido sustentada por inúmeros trabalhos que têm identificado atrasos quanto à sensibilidade à rima, aliteração e segmentação fonêmica durante o desenvolvimento da leitura(7-9). No entanto, estudos indicam a existência de déficits além dos problemas com o processamento fonológico, tais como déficit na memória de trabalho, na automaticidade percepto-motora e na nomeação rápida. Esses deficits podem estar presentes não apenas em escolares com transtornos de aprendizagem, como nos que apresentam alguma dificuldade na aprendizagem do mecanismo de conversão fonema-grafema em fase de alfabetização(6,8).
Desta forma, as dificuldades de leitura podem ser originárias de três tipos de déficits: fonológico, de nomeação e duplo (fonológico e de nomeação). A existência de duplo déficit acarreta maior gravidade na dificuldade de leitura e, consequentemente, de decodificação de palavras. A dificuldade de decodificação traz implicações como limitação na leitura de textos de crescente complexidade, diminuição da exposição do leitor a palavras novas, limitação da aquisição de vocabulário e prejudica o desenvolvimento da perícia na compreensão da leitura

Há evidências científicas que destacam a importância do uso de intervenções nos primeiros anos escolares para crianças com dificuldades de aprendizagem
(10), pois há indícios de que os problemas iniciais com a aquisição do mecanismo de decodificação da leitura podem não desaparecem completamente após os primeiros anos escolares sem que a criança seja submetida a um programa de intervenção(11).
Apesar de existirem estudos internacionais e nacionais que descrevam o uso de programas de remediação fonológica
(12-15), ainda há poucas pesquisas no Brasil sobre crianças com dificuldades de aprendizagem, evidenciando a necessidade de pesquisas que adaptem ou desenvolvam programas de remediação para o tratamento específico das habilidades cognitivo-linguísticas alteradas nesta população.
Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a eficácia do programa de remediação fonológica em escolares com dificuldades de aprendizagem.
ACESSE AQUI PARA LER O ARTIGO COMPLETO:
http://www.scielo.br/pdf/jsbf/v23n1/v23n1a06.pdf

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