sexta-feira, 27 de abril de 2012

Como descobrir se seu filho tem algum tipo de atraso?

Uma criança atrasada levará mais tempo que o habitual para atingir alguns dos marcos importantes de desenvolvimento (ver abaixo). É imprescindível, no entanto, eliminar a possibilidade de que seu filho tenha um problema fisiológico, como surdez ou cegueira parcial. Descubra se ele tem uma desordem de desenvolvimento severa, como o autismo, ou se está, simplesmente, se desenvolvendo a uma taxa abaixo da média. Peça ao médico a indicação de um psicólogo para avaliação. Seu filho pode precisar de ajuda terapêutica.
Indícios de atraso no desenvolvimento da criança
Existem vários indícios e sinais de que o bebê, ou a criança, está atrasado no desenvolvimento ou seja um deficiente. Embora o ritmo de desenvolvimento varie de uma criança para outra, os marcos de comportamento realmente existem, se seu filho não atingiu determinados estágios, ele pode ter uma desordem de aprendizagem ou de desenvolvimento.
Mãos do bebê
O bebê toma consciência de suas mãos com 8 semanas de idade, logo depois de começar a brincar com os pés. Entre 12 e 16 semanas, olhará fixamente para as mãos e agitará rapidamente os dedos, ele está descobrindo que pode controlar os movimentos das mãos. Olhar as mãos, em crianças atrasadas no desenvolvimento, pode tardar até 20 semanas.
O reflexo de agarramento
Colocando-se o dedo (ou qualquer objeto) na palma da mão de um bebê, ele fechará os dedos, agarrando com força e apertando. Esse reflexo geralmente dura seis semanas após o parto, mas persistirá por mais tempo se o bebê estiver atrasado no desenvolvimento.
Boca
Aos 6 meses de idade o bebê colocará tudo o que puder na boca. Esse comportamento se estenderá até um 1 ano de idade em uma criança normal e mais do que isso em uma criança atrasada.
Arremessar
Até os 16 meses, as crianças jogarão objetos fora do carrinho, um comportamento chamado “arremesso”. As crianças atrasadas no desenvolvimento continuarão a fazer isso por muito mais tempo.
Babar
A criança deve parar de choramingar e babar com 1 ano de idade. Crianças atrasadas no desenvolvimento podem continuar babando até a idade de 18 meses.

Como lidar com crianças com qualquer tipo de atraso?

O desenvolvimento intelectual é definido ao mesmo tempo pela natureza ( qualidades herdadas) e pela criação que a criança recebe (coisas como o ambiente físico e social, a alimentação). O QI da criança é determinado antes do parto, mas pode fluir através dos estímulos aos quais o bebê fica exposto após o nascimento.
Se seu filho não for encorajado a interagir com outras pessoas desde a mais tenra idade, e se não for estimulado a integrar seus sentidos com o mundo à sua volta, não alcançará o desenvolvimento total de suas potencialidades, ainda que elas sejam eventualmente um pouco limitadas.
Se suspeitar que seu bebê está ficando para trás, passe bastante tempo lendo em voz alta para ele, conversando, brincando, levando-o para passear, mostrando-lhe coisas e pessoas novas, encorajando-o a fazer brincadeiras criativas com seus brinquedos. Dê-lhe brinquedos educativos, livros e figuras muito coloridos.
As técnicas para modificação de comportamento podem ser úteis. Simplificando, isso significa recompensar seu filho com prêmios, afeição e muito carinho, ser paciente com os seus esforços, não importando o quão lentos eles possam ser.
Se o punir pela lentidão da qual não tem culpa, ele ficará desencorajado e perderá o incentivo para aprender.
Fonte: Crescer em família

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Os segredos do sucesso na escola

1. Os magníficos 5Ps (Pais, Professores, Pediatras, Psicólogos e Psicopedagogos)Os 5Ps significam os "especialistas" que podem ser determinantes para o sucesso escolar do seu filho: os pais (a família) cujo papel assume particular relevância na criação de condições para o bom aproveitamento escolar; os professores pela sua intervenção como agentes de ensino e alargamento dos horizontes dos alunos; os pediatras porque podem aconselhar na promoção e protecção da saúde dos nossos filhos; os psicólogos cuja acção pode ser decisiva para combater medos, ansiedades e outras formas de bloqueio a uma boa aprendizagem e os psicopedagogos que com recursos específicos irão agir nas dificuldades de aprendizagem.

2. Palavra de ordem: motivação!O cérebro funciona muito melhor quando gostamos daquilo que fazemos! O mesmo acontece nas aprendizagens: a atenção, a compreensão, o raciocínio e a memória são estimuladas pelas emoções positivas. É importante que o seu filho, seja qual for a sua idade, sinta prazer em andar na escola e ali aprender novas matérias, habilidades e competências. O ensino não deve imposto como uma obrigação mas como um direito, uma conquista do progresso da humanidade. Esta perspectiva opera, por vezes, verdadeiros milagres na atitude das crianças em relação ao papel da escola!

3. Mantenha o seu filho saudável!Aprender bem e com prazer é mais fácil quando os nossos filhos estão de boa saúde. Todos os estados, orgânicos e psicológicos, que contribuam para a sensação de bem-estar aumentam em 50% a capacidade de aprender e a aquisição de novas habilidades como ler, escrever, calcular, etc. Aconselhe-se com o pediatra e tome medidas para que a retaguarda da vida de seu filho esteja protegida. Tenha especial atenção a doenças crónicas (asma, etc.), eventuais problemas cardiovasculares (50% das nossas crianças correm algum tipo de risco nesta matéria!) e hiperactividade. Mantenha as vacinas em dia e o controlo do stress (um dos grande inimidos da saúde é o stress e muitas crianças são alvo de problemas orgânicos devido a esse factor).

4. Não descure na alimentação!
O cérebro consome 20 a 25% da energia fornecida pelos nutrientes que nos chegam através da alientação. Isto significa que uma dieta saudável e equilibrada, baseada em refeições com menos sal, menos açúcar e menos gorduras saturadas, é indispensável para um cérebro que vai precisar de muito esforço. Na alimentação - que inclui a repartição equilibrada das horas de comer - reside mais de 30% dos factores que auxiliam nas novas aptrendizagens e na retenção das antigas.

5. O sono trabalha para a memória!
Hoje sabe-se que uma boa noite de sono (de 8 a 10 horas) é condição indispensável para a fixação de novas memórias (novas aprendizagens). Noites mal dormidas reduzem drasticamente a capacidade de concentração e, como consequência, os nossos filhos sentem-se fatigados nas aulas, desatentos e desinteressados. Seja firme na fixação do horário para deitar.

6. Gerir o tempo de estudo!As crianças passam cada vez mais tempo na escola e as aulas são longas, para além dos TPCs (trabalhos de casa) e outras actividades que vão aumentando em número e variedade à medida que o percurso escolar avança. Há crianças que não aprendem a ser organizadas e estudam sob stress provocado pela confusão de manuais, cadernos e trabalhos que têm de gerir sozinhos. Em casa, devem estudar por períodos de 10 a 20 minutos, seguidos de intervalos de 5 a 10 minutos para que o cérebro tenham tempo de assimilar toda a nova informação. Muitas das dificuldades de aprendizagem
residem simplesmente na falta de organização.

7. Controlar a ansiedade!Estes são 2 perigosos inimigos de quem está envolvido em aprender e ser sujeito regularmente a avaliações. O stress e a ansiedade podem paralizar completamente a capacidade de aprender e sobretudo de recordar conhecimentos já adquiridos. Ensine o seu filho a gerir o stress através da respiração, da meditação e de algum exercício físico que promova o relaxamento. Pode inscrevê-lo num centro de ioga para crianças, num grupo coral, num escola de teatro ou de dança. Peça também ajuda a um psicólogo se sentir que lhe pode ser útil (tenha em agenda o nome e os contactos de um psicólogo de referência tal como o faz com o pediatra).

8. Incentive mais o trabalho do que o talento!
Estudos recentes sugerem que a inteligência e o talento não constituem as chave do sucesso na vida e também na escola. Na maioria dos casos de gente famosa em várias áreas de actividade verificou-que é o trabalho árduo, a dedicação apaixonada e a chamada "aplicação deliberada" que conduzem ao êxito mais do que uma mente sobredotada, onde a inteligência e o talento se destacam. Assim, procure incutir no seu filho hábitos de trabalho e aplicação nos estudos, mais do que confiar na sua eventual mente brilhante e talentosa.

9. Não ignore a escolaExiste, muitas vezes, um grande divórcio entre os pais e os professores. Ora é necessário que os pais sigam atentamente a evolução académica e comportamental dos filhos na escola, o que obriga a que não faltem às reuniões regulares que os professores agendam. Se possível, faça parte também da Associação de Pais existente na escola e seja interventivo. O seu filho sentir-se-á mais apoiado se perceber que os pais estão "com ele" na escola e que estão ali para o ajudar e não para o "controlar" ou censurar.

Texto adaptado de:
Nelson S. LimaInstituto da Inteligência

A concentração


 SOBRE A CONCENTRAÇÃO
A atenção é uma forma de interacção com o mundo... interno e externo da pessoa (corpo e ambiente).

Já a concentração é a manutenção das condições da atenção por algum tempo mais ou menos longo, segundo o exija a situação.

A concentração exige esforço neurofisiológico, consciente e orientado para algo específico.

A atenção pode ser voluntária e selectiva (exemplo: quando estudamos algo). A atenção também pode ser automática após treino apropriado. (exemplo: quando realizamos algo que aprendemos após treino intenso, como andar de bicicleta ou
executar outras actividades que já não exigem esforço consciente. A memória processual actua nestas situações).

A passagem da atenção voluntária e esforçada para a atenção automática faz-se através do treino e da repetição.

Numa primeira fase estamos concentrados selectivamente na tarefa; depois, certas áreas do cérebro vão registando o processo e gradualmente diminuimos a necessidade de esforço; segue-se a aprendizagem e o controlo realizado pela memória processual (automática).

Importante neste processo é a CAPACIDADE ATENCIONAL.
A nossa atenção tem limites. Não podemos centrar-nos
em muitos alvos ao mesmo tempo. Excesso de estímulos e distrações desviam a atenção.

Falta de motivação, ansiedade, stress e estados depressivos dificultam também o exercício pleno da atenção e da aprendizagem.

Um outro elemento deve ser considerado: A ACTIVAÇÃO ou ALERTA ATENCIONAL.

Considera-se que a atenção atinge o seu nível ótimo quando a activação (ou estimulação) está também no seu nível óptimo (um nível baixo de activação estreita o campo da atenção).

Chama-se PONTO DE CONCENTRAÇÃO o nível óptimo de atenção atingido com menor esforço e maior rendimento.

Os "lobos frontais" do denominado "cérebro executivo" (ver foto) são responsáveis pela gerência da ATENÇÃO e suas qualidades.

Nelson S Lima



O papel dos genes no desenvolvimento cerebral

O desenvolvimento cerebral
Sabe-se, actualmente, que o meio e as experiências de vida moldam a estrutura cerebral. Ou seja, o desenvolvimento do cérebro é um processo "dependente da experiência". Daniel Siegel, psiquiatra e professor na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, é perentório: "(...) a experiência activa certos percursos no cérebro, fortalecendo ligações existentes e criando outras novas". Isto é particularmente impressionante nos primeiros anos de vida. Inclui a estimulação a que a criança seja sujeita e a natureza dos relacionamentos interpessoais.
Como diz Daniel Siegel, "os genes contêm as informações para a organização geral da estrutura do cérebro mas a experiência determina quais os genes que se expressam, como e quando". Ora, o que acontece à criança no começo da sua vida tem um impacto tremendamente importante na sua mente.
Esse impacto resulta de alterações no cérebro, em particular: o crescimento dos neurónios, mais exactamente dos axónios (filamentos que ligam os neurónios uns aos outros); o estabelecimento de novas ligações entre os neurónios; o crescimento da mielina ao longo dos axónios (melhorando o funcionamento dos neurónios); etc.
Sendo o cérebro um sistema muito complexo constituído por biliões de neurónios e outras células (neuroglias, etc.) ligados uns aos outros, o seu desenvolvimento vai depender não apenas do que está determinado geneticamente mas sobretudo pelas actividades e experiências a que for sujeito. Um cérebro passivo, pouco estimulado, conduz à perda de capacidades. Um cérebro estimulado, que vivencie diferentes actividades, torna-se mais rápido, flexível e mais inteligente.


Qual é o papel dos genes?
No cérebro, os genes codificam a informação em relação a como os neurónios devem crescer e realizar as ligações uns com os outros. São processos que estão pré-programados mas dependentes da experiência. A experiência aqui trata-se de estimulação.
Os genes possuem duas grandes funções: contêm "informação" que passará para a geração seguinte e retiram informações codificadas no ADN (determimando quais a proteínas a ser sintetizadas). O processo de retirar informações do ADN chama-se "transcrição" e é directamente influenciado pela experiência/estimulação.
Assim, os genes não actuam sozinhos. Eles interagem com o ambiente. Então, o que se conclui é que a hereditariedade e a experiência/estimulação interagem no desenvolvimento da pessoa. Isto é tão importante que, diz o dr. Siegel, "o próprio comportamento altera a expressão genética, que depois cria o comportamento". Citando outro autor, M. Rutter, "a experiência, a expressão dos genes, a actividade mental e as interacções continuadas com o meio (experiência) estão intimamente ligadas num conjunto transaccional de processos".
A mente inteligente resulta pois não apenas dos genes, da hereditariedade. Há mais factores presentes, de natureza dinâmica, que devem ser considerados. Não apenas nos primeiros anos de vida mas ao longo de toda a vida. Isso faz apelo à optimização cerebral a qual inclui também a afectividade, a alimentação, a higiene, o estilo de vida, os cuidados parentais, a educação, etc

Como manter o cérebro flexível e jovem!

NEUROPLASTICIDADE
Como manter o cérebro flexível e jovem!

O que pode fazer o seu cérebro evoluir? E o que pode fazê-lo retroceder?

O que faz o cérebro evoluir é a estimulação, seja através do confronto com novos desafios seja através de novas aprendizagens. Por isso é que a educação tem um papel determinante.

Uma educação pobre em estímulos e novidades não ajuda a desenvolver o cérebro, impe...dindo a proliferação de ligações entre os neurónios e até o nascimento de novas células, sobretudo nos primeiros anos de vida.

Ao longo da vida, o cérebro pode evoluir sempre em função da experiência. Cada nova aprendizagem é favorável ao cérebro pois dá-lhe agilidade, flexibilidade e abertura mental. Isto deve-se ao fato do cérebro beneficiar do que se chama "neuroplasticidade" (capacidade de ser expansivo e dinâmico, possibilitando novas ligações entre as células nervosas).

MECANISMOS DA ATENÇÃO

O que é a "intencionalidade"?
A intencionalidade da nossa atenção está relacionada a vontade e a motivação. Distinguem-se duas formas: a atenção espontânea e a atenção voluntária.

A ATENÇÃO ESPONTÂNEA, como o próprio... nome diz, resulta da nossa tendência natural para orientarmo-nos espontaneamente para os estímulos sensoriais e sensitivas necessárias à nossa adaptação à realidade, sem que para tal haja necessidade imperiosa da consciência. Exemplos: atenção ao andar, ao mastigar antes de engolir, desviar de obstáculos para não cair, atenção ao manusear objectos, etc.

A ATENÇÃO VOLUNTÁRIA é aquela que já exige um certo esforço mental para um determinado fim. Esta actividade psíquica permite que os alvos da atenção permaneçam mais ou menos tempo no campo da consciência. Prestar atenção a uma aula ou um programa de televisão são bons exemplos.

Note-se que os ESTADOS EMOCIONAIS participam inegavelmente na direcção da atenção voluntária. Se gostarmos de algo prestaremos mais atenção. Se não gostarmos, tenderemos a distrair-nos e o esforço será maior para nos mantermos concentrados.

AS DIFICULDADES DE ATENÇÃO e de concentração podem estar relacionadas com muitos problemas, desde os neurológicos (ex: hiperatividade) aos psicológicos (falta de motivação, síndrome do pensamento acelerado, etc.) e aos ambientais (ruídos, movimentos, etc.).

Nelson S. Lima
 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Alfabetização sem traumas – o que os pais podem fazer para ajudar

Muitas vezes o processo de alfabetização não acontece de uma maneira tranqüila e natural. Quando isto ocorre e o tempo vai passando, a pressão sobre a criança torna-se um fator complicador. Os adultos, familiares, professores, e até amigos voltam sua atenção para a aquisição da leitura e da escrita, fazendo cobranças, comparações, ndo cobranças, comparaçando,ando, comparando, muitas vezes com a melhor das intenções. Neste artigo procuro dar algumas dicas para os pais baseado na minha experiência. Sintam-se à vontade para comentar e acrescentar sugestões.
Em primeiro lugar gostaria de salientar que não há método ideal, o melhor método é aquele que o professor e a escola confiam e estão acostumados a trabalhar. Nem sempre este método está de acordo com as concepções de alfabetização dos pais, por isso uma boa conversa com a escola é o primeiro passo para acertar.
Em segundo lugar, acabar com a pressão. Não existe criança preguiçosa. A “preguiça” pode ser um sinal de dificuldade.
É importante lembrar que cabe aos professores o papel da alfabetização, eles são profissionais preparados para isto. Há muitas coisas que os pais podem fazer para ajudar, mas sem pressionar ou entrar em pânico.Entre elas:
  • Tornar o contato com a leitura e a escrita prazeroso, misterioso – ler para a criança, contar histórias, ler na frente das crianças (os pais que têm hábito de leitura têm mais chance de desenvolver o hábito de leitura nos filhos);
  • Disponibilizar material – comprar revistas, gibi, livros. É importante que tenham muitas gravuras e pouco texto. Com o tempo a criança se interessará pelo texto, mas é normal que o interesse inicie pelas figuras;
  • Estimular a leitura gestáltica – a leitura começa pela leitura da palavra como uma imagem, como um todo, pelas cores, tipo de letra, etc. As crianças desde pequenas fazem este tipo de leitura quando reconhecem o Mac Donald´s, a Coca-cola, etc. Estimular a leitura gestáltica favorece o contato com a língua escrita. Isto pode ser feito no supermercado, em casa, na rua, nos outdoors, etc, como uma brincadeira, lendo para ela os nomes e pedindo que ela “leia” também. Muitas vezes esta “leitura” se dará pelo uso do produto ou por uma “adivinhação”, mas é assim que começa.
  • Estimular o desenho, a pintura, o contato com diferentes materiais (não só na hora do dever de casa, mas como uma brincadeira em diferentes momentos) Sentar para desenhar junto e “brincar de escrever”.
  • Jogar jogos. Jogo da memória é excelente para ajudar na alfabetização. A criança identifica os iguais e os diferentes, a posição das peças, memoriza visualmente as peças, etc. Outros jogos: dominó, dama, quebra-cabeça, ludo.
O importante é sempre fazer de forma agradável e divertida, para que a criança goste de aprender, goste de ler, goste de escrever. Se for feito desta forma, vale qualquer coisa!
As dicas servem para crianças de todas as idades. Quanto mais cedo se começar menos marcada será a passagem do “não alfabetizado” para o “alfabetizado”, momento que é tão cobrado em nossa sociedade e por isso às vezes sofrido. Ao mesmo tempo, nunca é tarde para começar.
Se a criança estiver sofrendo por não estar conseguindo, família e escola já tiverem conversado e experimentado alternativas, vale procura ajuda de um especialista.


Como lidar com a criança que apresenta dificuldade na aprendizagem?
 

 Algumas crianças ao começarem a estudar apresentam dificuldade para aprender o que é ensinado. Isso pode ser desencadeado por problemas como TDA-H (Transtorno de Déficit de... Atenção e Hiperatividade), Dislexia, Deficiência Intelectual, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ou mesmo dificuldade de aprendizagem. Também pode haver somente um desinteresse por situações escolares.

“Geralmente os professores são os primeiros a perceberem este problema. Visto que normalmente a criança não apresenta essas dificuldades em casa e as demonstram por volta dos seis e sete anos de idade quando iniciam o ensino fundamental. No entanto, é possível realizar um diagnóstico precoce quando as crianças desde muito cedo (2 ou 3 anos) apresentam distúrbios de linguagem ou dificuldades acentuadas para se relacionar com outras crianças (isolamento das outras crianças ou agressividade)”, afirma a psicóloga, mestre em educação, Fernanda Araújo Cabral.

Antes mesmo da escola falar sobre este assunto com os pais estes podem identificar o empecilho por meio das frequentes notas baixas, incapacidade de compreender o que a professora explica mesmo após esta ter utilizado diversas maneiras diferentes de abordar um determinado tema. Além disso, pode haver o desinteresse acentuado pelas atividades escolares e agressividade.

Ao diagnosticar o motivo pelo qual o desempenho escolar não vai bem é bastante importante que os pais compreendam a dificuldade do filho e se disponham a auxiliá-lo, evitando cobranças excessivas ou rótulos como o de “incapaz”. Todavia, também é necessário que o outro lado seja visto. Apesar de compreensivos os pais devem impor limites e mostrar a importância da escolarização.

É necessário separar a real dificuldade da criança e a incapacidade dos professores em compreenderem que ela aprende de forma um pouco diferenciada. Em qualquer caso é importante um profissional conversar com a escola para investigar quais os motivos da dificuldade apresentada pelos alunos e elaborar, em parceria com a instituição escolar, uma melhor forma de planejar o ensino para a classe, de maneira a contemplar todos os alunos que estudam na mesma sala.

O tratamento terapêutico é recomendado quando a dificuldade de aprendizagem começa a rotular a criança e acentuar a diferença. Quanto antes o início da terapia melhor, para que a criança tenha um bom prognóstico quanto ao desenvolvimento escolar.

O trabalho psicológico compreende as questões psicopedagógicas presentes na dificuldade de aprendizagem da criança. Para tanto, nos momentos de clínica o uso do lúdico (tratamento psicológico que possibilita o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos) colabora para o desbloqueio do lado emocional da criança que impede o aprendizado. Também auxilia a criança no desenvolvimento de estratégias que facilitem seu aprendizado, utilizando os potenciais que tem de aprendizado. Por exemplo, se uma criança é muito agitada, o psicólogo age canalizando essa agitação para realizar as tarefas escolares. Além disso, o profissional deve trabalhar em conjunto com a escola e com a família, no intuito de auxiliar a compreenderem o processo de aprendizagem da criança, assim como criar planejamentos que favoreçam essa aprendizagem.

Portanto, a terapia, orientações aos pais e acompanhamento escolar são essenciais para a melhoria do problema que aflige a criança. “Se não houver um tratamento, a criança pode desencadear sérios atrasos no desenvolvimento escolar, acarretando até o total abandono da escola. Desinteresse pelos estudos, baixa autoestima, timidez ou agressividade. Nos piores casos podem ocorrer a somatização da dificuldade e a criança passa a reclamar de dores de cabeça ou de estômago na hora de ir à escola, ou até mesmo distúrbios mais graves como inapetência”, alerta a especialista Fernanda Araújo Cabral.
Ver mais