Falar-Ouvir-Ler-Escrever, são atividades da linguagem.
Falar e Ouvir, são atividades com fundamentos biológicos.
A criança aprende a usar a linguagem falada com velocidade incrível e isto depende de:
meio ambiente
trato vocal
organização do cérebro
sensibilidade perceptual para
falar os sons
Ela adquire a linguagem escrita
em parte Inventada e em parte Descoberta.
Inventada porque
se criou símbolos visuais (grafemas = letras) para representar elementos da
linguagem.
Descoberta, porque
esses elementos serão reconhecidos na linguagem falada (relação grafema /
fonemas = sons das letras).
Ler não
depende somente da capacidade de segmentação fonêmica (reconhecer sons e
símbolos). Ela é necessária, mas não é suficiente para formar um bom leitor. A
criança precisa descobrir que uma palavra é composta por sons significantes e
aprender também a identificá-los. Mas principalmente, para se adquirir a
habilidade da leitura e escrita, é necessário que haja a automatização desta
função, além da capacidade de síntese (interpretação).
Esta habilidade não se desenvolve
naturalmente nem maturacionalmente, o aprendizado se incumbirá desta tarefa.
No entanto, há um número de
crianças, bastante representativo, com dificuldade para aquisição e/ou
automação do aprendizado da leitura e escrita. Entre as diversas causas
possíveis dessa dificuldade está a dislexia. A dislexia, uma dificuldade
acentuada na leitura e na escrita, atinge de 10 % a 15% da população mundial.
Ainda não é reconhecida e muitas vezes não é aceita por professores. Crianças
com 6 ou 7 anos de idade que apresentam inteligência normal (geralmente acima
da média ), mas tem uma dificuldade atípica de aprender a ler, escrever e soletrar
podem ser disléxicas.
A leitura lenta, trabalhosa e
individual de palavras impede a habilidade da criança, adolescente ou adulto de
compreender o que leu ou escreveu, mesmo que sua capacidade de compreensão da
língua falada seja adequada. Há muita dificuldade também em transformar a
soletração em som. Deficiências no processo fonológico, que são fortes
indicadores de que haverá dificuldade na leitura e escrita, podem ser
identificada no jardim da infância ou na 1ª série.
A alfabetização precoce não
produz a dislexia, mas facilita o seu diagnóstico. Os métodos da alfabetização
mais modernos, como na alfabetização GLOBAL, onde a criança aprende a
identificar as palavras como um todo tem conduzido a uma identificação mais
rápida de disléxicos. O método SINTÉTICO ou FÔNICO, que não impõe tanta carga
ao disléxico, permite que alguns casos passem mais tempo despercebidos.
O sucesso na reeducação de um
disléxico está baseado numa terapia multisensorial (aprender pelo uso de todos
os sentidos), combinando sempre a visão, a audição e o tato para ajudá-lo a ler
e soletrar corretamente as palavras. O disléxico precisa olhar atentamente,
ouvir atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar
atenção aos movimentos da boca quando fala.
Assim sendo, a criança disléxica
associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos
da mão para escrevê-la. O aprendizado deve ser feito de forma sistemática e
cumulativa. Sendo ainda cada caso um caso específico, devem ser levadas em
consideração as particularidades de cada um.
Maria Angela Nogueira Nico
Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica; Diretora e Coordenadora Técnica e Científica da ABD
Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica; Diretora e Coordenadora Técnica e Científica da ABD
Nenhum comentário:
Postar um comentário