Psicopedagoga Gabriela Mendes participa do 4° Encontro Latino Americano de TDAH
A psicopedagoga Gabriela Guarnieri Mendes participou do 4° Encontro Latino Americano de Transtorno por Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), realizado dias 4 e 5, no Rio de Janeiro. Promo-vido Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) em parceria com a Liga Latinoamericana del TDAH, o congresso contou com a presença de palestrantes nacionais e internacionais que discuti-ram as pesquisas mais recentes sobre o diagnóstico e tratamento do TDAH – Transtorno por Déficit deAtenção/Hiperatividade em todo o mundo.Sob o título “TDAH um compromisso de todos”, o evento reuniu mais de 1,2 mil pessoas, entre profissionais de saúde e educação, familiares e portadores de TDAH que lotaram o V Congresso Internacional da ABDA. O Congresso foi aberto com a Conferência Magna ”TDAH: Uma doença inventada”, proferida pelo psiquiatra, pesquisador da UFRJ e presidente do Conselho Científico da ABDA professor Paulo Mattos, que respondeu com dados científicos às recorrentes críticas realiza-das no Brasil, segundo as quais o TDAH seria uma doença inventada. “Esses críticos do TDAH não têm pesquisas nem trabalhos científicos publicados sobre seu ponto de vista”, respondeu. ”Eles dizem que o diagnós-tico rotula os portadores, mas a verdade é que a criança portadora do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade já é rotulada na escola, por meio de apelidos e estigmas que levam à exclusão.”Paulo Mattos também atribuiu as críticas quanto a existência do TDAH a uma suposta ”ameaça” que as Neurociências estariam representando na atualidade e que seria uma oposição aos modelos das Ciências Sociais: “O fato, no entanto, é que tanto o determinismo biológico quanto a Engenharia Social são extremos que não devem pautar os profissionais de saúde. Em razão dessa discussão, só no Brasil se difundiu a ideia errônea de que psicólogo não está apto para tratar terapeutica-mente os transtornos neurobioló-gicos, como por exemplo, o TDAH”, explica o psiquiatra. Crianças com TDAH amadurecem mais lentamente – Em consoante com a aula inaugural ministrada por Paulo Mattos, o neuro-psicólogo holandês, Joseph Sergeant, coordenador da Rede Européia de Pesquisa em TDAH, iniciou os trabalhos do segundo dia do Congresso explicando por que o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade não é uma fantasia psiquiátrica. “Muitos genes contri-buem para o TDAH, não há um gene único” explica Sergeant. “No entanto, as neuroimagens mostram que as crianças com TDAH apresentam um menor número de conexões entre as diferentes partes do cérebro em comparação com as outras crianças. Isso resulta numa dificuldade em focar a atenção e conse-quentemente, na aquisição mais lenta do aprendizado.”Psicoeducação é arma contra a irritabilidade – O TDAH é um dos transtornos psicológicos mais estuda-dos, mas as emoções das crianças portadoras são pouco compreendidas, em particu-lar a irritabilidade, uma vez que a maior parte dos estudos realizados até hoje focaram a hiperati-vidade e a desatenção. A conclusão é de Argyris Stringaris, conferencista principal do Congresso, pesquisador da Escola de Medicina do Instituto de Psiquia-tria King´s College, de Londres. De acordo com o pesqui-sador, de 3 a 5% da popu-lação em geral sofrem de irritabili-dade em casa, na escola e na vida familiar. Entre os portadores de TDAH, o percentual é de 30% a 70% Stringaris investigou a possibilidade da irritabili-dade se dever a outra razão, como TOD, bipolaridade, depressão ou desregulação do humor: “O transtorno bipolar é bem mais raro entre crianças e adoles-centes do que o TDAH e os recentes estudos comprovam que as crianças com TDAH são mais irritáveis e por conta disso apresentam alguns sintomas de desregulação do humor”, concluiu.
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