A formação de nosso cérebro tem início nos primeiros dias de vida do feto. Conforme SILVA (2012),
O crescimento e o desenvolvimento do sistema nervoso iniciam na fecundação e vão até a fase adulta. Por isso que as habilidades física e psíquica de uma pessoa variam, fisiologicamente, caso seja criança, adolescente ou adulto. Este crescimento e desenvolvimento são determinados pelo código genético da pessoa e pelas influências exercidas pelo ambiente.
Nos primeiros dias ocorre o processo de neurulação, sendo que este, ocorre em duas etapas denominadas de neurulação primária e secundária. A neurulação primária é a formação do tubo neural da região lombar até a região craniana. No início da gestação (24 a 28 dias após a concepção), a placa neural se fecha, formando o tubo neural. A estrutura final abrange a coluna vertebral e o cérebro. O fechamento precoce incompleto resulta em espinha bífida, e o fechamento tardio, em anencefalia. A neurulação secundária é formação do tubo neural da região lombar e sacral e se completa por volta da sétima semana de gestação.
Entre o 2º e o 3º mês gestacional ocorre o desenvolvimento prosencefálico: neste período há a indução para a formação de várias estruturas como a face, o encéfalo, a medula espinhal e o sistema nervoso periférico. Conforme Trindade,
Entretanto, qualquer comprometimento nesta fase pode ocasionar holoprosencefalia, ou seja, a pessoa não tem o telencéfalo divido em dois hemisférios cerebrais (podendo apresentar deformidades faciais, retardo do desenvolvimento, crises epilépticas e retardo mental).
Imagem do site : http://www.sepeap.org/archivos/revisiones/gastro/colesterol.htm
Entre o 3º e 4º mês gestacional ocorre a proliferação neuronal onde os neurônios e células da glia originam-se de zonas germinativas ventricular e subventricular. Trindade explica a formação das células glias do seguinte modo,
Da sétima até cerca de vinte semanas de gestação, os neurocientistas acreditam no desenvolvimento de aproximadamente 50.000 a 100.000 novas células por segundo. Desses milhares de células, grande parte se transformará em células glias ou gliais, termo esse originado do grego que significa “cola”. Esse nome foi atribuído a esse tipo de célula porque quando elas foram observadas pela primeira vez demonstravam estar ligadas aos neurônios. As células glias não são neurônios, mas constituem aproximadamente 90% de todas as células do Sistema Nervoso Central (SNC) de um adulto e exercem funções de apoio importantes.(TRINDADE, 2007,p.2)
Se ocorre comprometimento desta fase pode resultar em microcefalia ou macrocefalia, ou seja, respectivamente cabeça exageradamente pequena ou grande o que pode comprometer o adequado funcionamento do sistema nervoso. O número de células geradas no sistema nervoso fetal supera às requeridas na maturidade. Algumas destas células, na realidade, sobrevivem poucos dias ou semanas. Esta morte celular programada chama-se apoptose e foi descoberta por Hamburger e Levi-Montalcini, em 1949.
Imagem do site: http://doencasneurologicas.blogs.sapo.pt/10150.html
A partir do 4º mês até o 5º mês ocorre a migração neuronal que é caracterizada pela movimentação do neurônio de zonas germinativas para seu “locus” final dentro do sistema nervoso, originando, por exemplo, o córtex cerebral, os núcleos da base, o córtex cerebelar e os núcleos cerebelares. Nesta etapa os neurônios saem do local onde nasceram e vão para novos lugares onde ficarão para exercerem suas funções. Um neurônio que não consegue atingir o local onde deveria ficar, pode apresentar funcionamento inadequado, podendo isto ser uma das causas de crise epiléptica no futuro.
A partir do 5º mês em diante ocorre a Organização onde há predominância do período perinatal. Os mais proeminentes acontecimentos nesta etapa são: a elaboração das ramificações dendríticas, o estabelecimento das redes sinápticas, a proliferação e diferenciação da glia e a estratificação dos neurônios corticais. Alterações nesta fase podem resultar em deficiência cognitiva, crises epilépticas etc.
E a partir do nascimento até a fase adulta ocorre a mielinização a qual resulta na elaboração de membrana de mielina em torno do axônio. Como há relação entre mielinização e o funcionamento neuronal, distúrbios nesta etapa podem ocasionar retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, retardo intelectual, crises epilépticas e outros déficits neurológicos, como perda de força e alterações no tônus muscular.
Fontes de Consulta:
Parabéns, o blog foi bastante útil como fonte básica de pesquisa.
ResponderExcluirSilvan.