terça-feira, 14 de agosto de 2012

Lobos cerebrais

O córtex cerebral divide-se em 5 lobos, sendo que cada um tem sua função diferenciada e especializada. Os lobos cerebrais são designados pelos nomes dos nossos ossos cranianos nas suas proximidades e que os recobrem. O lobo frontal localiza-se na região da testa; o lobo occipital, na região da nuca; o lobo parietal, na parte superior da cabeça; o lobo temporal, nas regiões laterais da cabeça, por cima das orelhas e por fim, o lobo da ínsula (que também é conhecido como ilha de Reil), se localiza na profundidade dos lobos frontal, parietal e temporal.

Imagem: http://www.riversideonline.com/health_reference/Nervous-System/DS00266.cfm




Lobo da ínsula



1.Lobo Frontal:

Imagem: Saúde e Lar



Localiza-se acima do sulco lateral e à frente do sulco central. Ele é um lobo encarregado de motricidade, linguagem de expressão, psíquica (relacionada a funções psíquicas e também neurovegetativas). Psíquica= humor, caráter, iniciativa. Uma pessoa que vai ter uma atividade diferente em sua vida, o lobo frontal pode fazer com que a pessoa fique “ligada”, nervosa, ficando vermelha (aumento dos batimentos cardíacos). Lobo frontal nos dá atenção, atividade, caráter (no sentido de característica). Também está relacionado com transtorno de humor.

SILVA (2012) enfatiza que o Lobo Frontal tem como funções principais:
            èMotricidade: voluntária (dependente do sistema piramidal), automática  (relacionada ao sistema extrapiramidal ) e reflexa.
            èPsíquicas: relacionadas ao humor, caráter, iniciativa.
            è Linguagem motora, também conhecida como de expressão ou de Broca.
            èNeurovegetativas: relaciona-se com o controle da pressão arterial, peristaltismo, respiração e controle de esfíncter urinário.
            Processos patológicos que comprometem o lobo frontal podem ocasionar algumas das situações abaixo:
v Hemiplegia ocorre nos membros contrários ao do lobo envolvido. Por exemplo, se a lesão atingir o lobo frontal direito, os membros superior e inferior esquerdos são comprometidos, ficando total ou parcialmente sem força muscular;
v Alteração do humor;
v Dificuldade de atenção;
v Incontinência esfincteriana (por exemplo, não controla a urina;
v Apatia e abulia;     
v Afasia motora ou de Broca: a pessoa tem um comprometimento cortical da linguagem. Esta pessoa fica com um vocabulário bem reduzido.
 

Em 1848, Phineas Gage, de 25 anos, trabalhava na construção da linha do caminho-de-ferro transcontinental, na América. Era responsável por preparar a zona de assentamento das linhas, e, para isso, tinha que fazer explodir rochas, usando uma técnica vulgar na época: furava um buraco profundo na rocha, onde colocava uma certa quantidade de pólvora, por cima da qual colocava areia. Tudo era compactado com o auxílio de uma barra de ferro. Depois, pegava fogo ao rastilho e afastava-se, em segurança. Naquele dia, 13 de setembro, por alguma razão, o seu colaborador não cobriu a pólvora com a areia, e quando Phineas bateu com o ferro, para compactar, a pólvora explodiu, lançando o ferro, como um míssil, contra a cara de Phineas. O ferro atravessou a face do rapaz, de baixo para cima, e saiu pelo crânio, destruindo uma boa parte do seu lobo frontal cerebral. Embora ficasse vivo e recuperasse fisicamente, aquele trabalhador e pai de família correto, empenhado, atencioso, com uma moral irrepreensível e amado por todos, nunca mais foi o mesmo. Passou a revelar progressivamente sinais de violência, irritava-se facilmente, perdeu o interesse pelas coisas espirituais e a sua moral decaiu completamente. Tornou-se irresponsável e irreverente perante as normas sociais. De empregado modelo e louvado, passou a desempregado, porque não conseguia realizar de forma responsável as suas funções.

Imagem: Saúde e Lar
Deste, e de muitos outros casos, poderemos concluir que os danos provocados ou existentes no lobo frontal do nosso cérebro destroem completamente a nossa identidade, a nossa personalidade, o nosso ser interior. Veja o caso de uma enfermeira que teve o lobo frontal removido e devido a isso ocorreram mudanças em sua personalidade.

Imagem: Saúde e Lar
 Segundo a reportagem da revista Saúde&Lar, o lobo frontal controla a nossa capacidade de atenção e de avaliação, os nossos juízos de valor, o nosso comportamento. Ao usarem drogas, as pessoas sofrem danos no lobo frontal, perdem a noção dos limites, das conveniências e do valor do que as rodeia e acabam por se envolver em comportamentos irresponsáveis, de risco e antissociais. E isto é válido não só para as drogas ilícitas, mas também para alguns fármacos usados em situações do dia-a-dia. É o caso de certos medicamentos para a asma ou para a hipertensão arterial, tranquilizantes e soníferos, medicamentos contra úlceras, anti-inflamatórios, analgésicos e narcóticos, anti-histamínicos, descongestionantes, etc.. Estes medicamentos afetam o sistema nervoso central, e uma das partes mais afetadas é o lobo frontal. O uso destes medicamentos deprime as funções do lobo frontal e, desse modo, afeta o caráter, o comportamento, a personalidade de quem os ingere. Quanto ao álcool, à cafeína e à nicotina, o seu consumo é poderosamente destruidor para o sistema nervoso central, sobretudo para o lobo frontal.
Fontes de Consulta:

Um comentário:

  1. Bom dia Gabriela, fiz uma cirurgia no cortex frontal, mas meus comportamentos são poucos diferentes dos que estão relatados neste artigo, abs

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